quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A VIDA NÃO ESPERA


















A vida não espera.
Por onde você for, o tempo não pára, mesmo que você queira.
O que ficou, ficou...
O que se foi, passou...
É a vida em movimento. Somos viajantes eternos em suas trilhas.

Parece que somos passageiros na eternidade, mas a verdade é outra: somos eternos dentro do temporário. Ou seja, somos o eterno no movimento da vida que segue...
Na natureza, tudo passa! O traço característico da existência é a impermanência.
As coisas mudam, sim, mesmo que você não queira. Pessoas e situações vão e vêm em nossas vidas, entram e saem na esfera de ação do nosso viver. Isso é assim mesmo!
Há um tempo para tudo: o amanhecer, o meio-dia e o anoitecer. Da mesma forma, há um tempo para semear e colher; nascer, viver, partir, renascer e seguir...

Tudo passa! O que marca é a experiência adquirida.
As culpas e mágoas também passam!
No rio da vida, as águas do tempo curam tudo, pois diluem no eterno as coisas passageiras.
As coisas estranhas que aconteceram, os dramas que rolaram e as palavras que feriram também passam... se você permitir. Sim, se você se permitir notar que o tempo leva tudo, e que a vida segue... mesmo que você esteja emburrado agora.
Aquele ranço antigo ou aquelas emoções apagadas que, vez por outra, bloqueiam a sua alegria, fazem parte do que é temporário, mas você é eterno.
Essas emoções passam por você, mas que tal virar o jogo?

Que tal passar por elas, sem se deter, apenas tirando a experiência e seguindo na vida?
Sim, tudo passa mesmo! As estações se sucedem no tempo certo: primavera, verão, outono e inverno. Isso não é bom ou ruim; é apenas natural. Como é natural o espírito imperecível entrar e sair dos corpos perecíveis ao longo da cadeia reencarnatória. Como é natural seguir para frente, pois o tempo não pára e a vida segue...
E, do centro da Consciência Cósmica, o Grande Arquiteto Do Universo, o Supremo Comandante de todas as vidas e de todos os tempos sorri e diz a todos:
"Tudo passa, menos o Meu Amor por todos.

As experiências vão, mas o aprendizado fica.
É impossível deixar de existir, pois a evolução é inevitável!
Todos estão destinados à Consciência Cósmica, mesmo que não entendam isso agora. Porém, se o desentendimento é passageiro, a felicidade advinda do processo de evoluir continuamente será imperecível.
Tudo a seu tempo!
Enquanto evoluem e aprendem a arte de viver, passem e vivam... e não se detenham até alcançar a meta!
O Amor é o que vale"!


Wagner Borges

sexta-feira, 26 de abril de 2013

A libélula


 
 

(
 

Num lugar muito bonito, onde havia árvores, flores e um lindo lago...

Certo dia surgiu um casulo...

E quando ele se rompeu, de dentro saiu voando uma linda libélula.

E ela ficou tão encantada com o lugar, que voou por cada pedacinho...

Brincou nas flores, nas árvores, no lago, nas nuvens...

E quando ela tinha conhecido tudo... no alto de uma colina, avistou uma casa...

A casa do homem... e a libélula havia de conhecer a casa do homem... e foi voando pra lá...

E então, a libélula entrou por uma janela, justo a janela da cozinha...

E nesse dia, uma grande festa era preparada.

Um homem com um chapéu branco... grande... dava ordens para os criados...

Mas a libélula não se preocupou com isso, brincou entre os cristais se viu na bandeja de prata, explorou cada pedacinho daquele novo mundo...

Quando de repente, ela viu sobre a mesa... uma tigela cheia de nuvens!!!

E a libélula não resistiu, ela tinha adorado brincar nas nuvens... e mergulhou...

Mas quando mergulhou... ahhhhh... aquilo não eram nuvens, e ela foi ficando toda grudada, e quando mais ela se mexia tentando escapar... ahhhh... mais ela afundava...

E a libélula começou a rezar, fazia promessas e dizia que se conseguisse sair dali, dedicara o resto de seus dias a ajudar os insetos voadores... e ela rezava e pedia...

Até que o chefe da cozinha começou a ouvir um barulhinho, e ele não sabia que era uma libélula rezando e quando olhou na tigela de claras em neve... arghhh um inseto!!! E ele pegou a libélula e a atirou pela janela...

A libélula então se arrastou para um pedacinho de grama, e sob o sol começou a se limpar... e quando se viu liberta... ahhhh ela estava tão cansada que se virou pra Deus e disse:

- Eu prometi dedicar o resto de minha vida a ajudar os outros insetos voadores, mas agora estou tão cansada, que prometo cumprir minha promessa a partir de amanhã...

E a libélula adormeceu... Mas o que ela não sabia, e você também não sabe, é que libélulas vivem apenas um dia... E naquele pedacinho de grama, a libélula adormeceu, e não mais acordou.

REFLEXÃO:

Portanto, se tiver que fazer alguma coisa de bom, faça hoje, faça agora, faça já, pois amanhã pode ser tarde demais.

Paz e Luz

Extraído do livro Sabedoria em Parábolas)

Fonte - Espiritbook.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

PERDA DE AFETOS


 
 
 

 

Quando a morte arrebata do convívio um ser amado, algumas pessoas perdem a vontade de viver.

De uma forma até egoísta, esquecem os que convivem no mesmo lar e se enclausuram na pr6pria dor.

Não se dão conta que, agindo assim, maltratam os corações que os amam e que, exatamente como eles, sofrem a ausência daquele que partiu para a Pátria verdadeira.

Assim aconteceu com Hamilton, um trabalhador dos Correios. Ele era muito feliz. Pai dedicado, costumava chegar em casa e ler hist6rias para seus filhos.

À noite, antes de adormecerem, beijava-os e com eles orava, rogando a proteção dos seres imortais.

Um dia, a morte veio e ceifou a vida do seu menino de sete anos. A partir deste dia, ele começou a realizar com desleixo o seu trabalho, não mais sorriu, não contou mais hist6rias. Tomou-se triste e cabisbaixo. O ambiente no lar foi ficando sempre mais difícil.

Certo dia, separando a correspondência para entrega, descobriu uma carta sem envelope. O destinatário era Jesus. O endereço: Céu.

Curioso, abriu e leu:

Querido Jesus

Resolvi Lhe escrever para pedir uma coisa muito especial. Aqui em casa todos estamos muito tristes: papai, mamãe e eu.

O meu irmãozinho Felipe morreu há alguns meses. Quando ele estava conosco, adorava brincar com seu trem, sua bola e seu caminhãozinho.

Pois é Jesus, eu queria que o Senhor levasse todos esses brinquedos para ele no Céu. Tenho certeza de que ele vai querer continuar a brincar com eles. Acredito que ele sinta falta, principalmente do trem, com que mais brincava.

Outro pedido é que o Senhor traga meu pai de volta. Não que ele tenha ido embora, mas é como se tivesse ido.

É que desde a morte de Felipe, ele não sorri, não conta histórias, nem ora mais comigo.

Eu gostaria muito que meu pai me tomasse nos braços e contasse histórias, como fazia antes.

Eu queria ver meu pai sorrir de novo. É tão bonito o sorriso do meu pai!

Eu queria que, de novo, ele viesse me dizer boa noite, orasse comigo e esperasse eu adormecer.

Era tão bom, Jesus.

Eu ouvi meu pai dizer para minha mãe que só a eternidade poderia curá-lo.

Será que o Senhor poderia trazer um pouquinho disso para ele melhorar? Se for possível, eu ficarei muito feliz.

Assinado: Rita.

O trabalhador dos Correios sentiu os olhos marejarem de lágrimas. Deu-se conta de como, em sua dor, fora egoísta. Esquecera esposa e filha, que também sofriam.

Naquele dia, voltou para casa diferente. Ao chegar, chamou a filha, tomou-a nos braços, estreitou-a ao peito demoradamente, beijou-a e lhe perguntou:

Quer ouvir uma história?

* * *

Quando a dor da separação pela morte nos ferir o coração, não nos recolhamos em concha, desistindo da vida.

A dor deve nos motivar à continuidade da luta diária, principalmente porque guardamos a lição da imortalidade. Os que partiram estão mais próximos de nós do que possamos imaginar. E não nos esqueçamos dos que partilham conosco da mesma dor e de idêntica saudade.

Em nome do amor, não nos tomemos egoístas. Não nos isolemos, nem firamos ainda mais os que, ao nosso lado, aguardam pela migalha do nosso carinho, o sorriso da nossa ternura, nutrindo-se do nosso afeto.

Redação do Momento Espírita,
Fonte -  Espíritbook.

TEU LIVRO


 
 
 
 

A existência na Terra é um livro que estás escrevendo...
Cada dia é uma página...
Cada hora é uma afirmação de tua personalidade, através das pessoas e das situações que te buscam.
Não menos prezes o ensejo de criar epopéia de amor em torno do teu nome.
As boas obras são frases de luz que endereças à humanidade inteira.
Em cada resposta aos outros, em cada gesto para com os semelhantes, em cada gesto para com os semelhantes, em cada manifestação dos teus pontos de vista e em cada demonstração de tua alma, grafas com tinta perene, a história de tua passagem.
Nas impressões que produzes, ergue-se o livro dos teus testemunhos.
A morte é a grande colecionadora que recolherá as folhas esparsas de tua biografia, gravada por ti mesmo, nas vidas que te rodeiam.
Não desprezes, assim, a companhia da indulgência, através da senda que o Senhor te deu a trilhar.
Faze uma área de amor ao redor do próprio coração, porque só o amor é suficientemente forte e sábio para orientar-te a escritura individual, convertendo em compendio de auxílio e esperança para quantos te seguem os passos, VIVE, pois com Jesus, na intimidade do coração, não te afastes d’Ele em tuas ações de cada dia e o livro de tua vida converter-se-á num poema de felicidade e num tesouro de bênçãos.

 

Autor: Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Mãos Unidas
Fonte -  Espíritbook

RECORRE A MEDITAÇÃO







 

·          


O homem que busca a realização pessoal, inevitavelmente é impelido à interiorização.
Seu pensamento deve manter firmeza no ideal que o fascina, e a fé de que logrará o êxito impulsiona-o a não intimidar-se diante dos impedimentos que o assaltam na execução do programa ao qual se propõe.
A meditação torna-se-lhe o meio eficaz para disciplinar a vontade, exercitando a paciência com que vencerá cada dia as tendências inferiores nas quais se agrilhoa.

Meditar é uma necessidade imperiosa que se impõe antes de qualquer realização.
Com esta atitude acalma-se a emoção e aclara-se o discernimento, harmonizando-se os sentimentos.
Não se torna indispensável que haja uma alienação, em fuga dos compromissos que lhe cumpre atender, face às responsabilidades humanas e sociais. Mas, que reserve alguns espaços mentais e de tempo, a fim de lograr o cometimento.

Começa o teu treinamento, meditando diariamente num pensamento do Cristo, fixando-o pela repetição e aplicando-o na conduta através da ação.
Aumenta, a pouco e pouco, o tempo que lhe dediques, treinando o inquieto corcel mental e aquietando o corpo desacostumado.
Sensações e continuados comichões que surgem, atende-os com calma, a mente ligada à idéia central, até conseguires superá-los.
A meditação deve ser atenta, mas não tensa, rígida.
Concentra-te, assentado comodamente, não, porém, o suficiente para amolentar-te e conduzir-te ao sono.
Envida esforços para vencer os desejos inferiores e as más inclinações.
Escolhe um lugar asseado, agradável, se possível, que se te faça habitual, enriquecendo-lhe a psicosfera com a qualidade superior dos teus anelos.
Reserva-te uma hora calma, em que estejas repousado.
Invade o desconhecido país da tua mente, a princípio reflexionando sem censurar, nem julgar, qual observador equilibrado diante de acontecimentos que não pode evitar.
Respira, calmamente, sentindo o ar que te abençoa a vida.
Procura a companhia de pessoas moralmente sadias e sábias, que te harmonizem.
Dias haverá mais difíceis para o exercício. O treinamento, entretanto, se responsabilizará pelos resultados eficazes.
Não lutes contra os pensamentos. Conquista-os com paciência.
Tão natural se te tornará a realização que, diante de qualquer desafio ou problema, serás conduzido à idéia predominante em ti, portanto, a de tranqüilidade, de discernimento.

Gandhi jejuava em paz, por vários dias, sem sofrer distúrbios mentais, porque se habituara à meditação, à qual se entregava nessas oportunidades.
E Jesus, durante os quarenta dias de jejum, manteve-se em ligação com o Pai, prenunciando o testemunho no Getsémani, quando entregue, em meditação profunda, na qual orava, deixou-se arrastar pelas
mãos da injustiça, para o grande testemunho que viera oferecer à Humanidade.

Do Livro Momentos de Meditação

DIVALDO PEREIRA FRANCO
Fonte - Espiritbook

ORAÇÃO PELA PAZ


 



Precioso Senhor do Universo,
Hoje, renuncio a todas as armas do ódio e agressão em meus pensamentos, palavras e atos.
Hoje, renuncio aos ressentimentos e mágoas que me levaram a atacar os outros e prejudicar-me.
Hoje, renuncio a todas as ideias de cinismo e julgamento, a todas as palavras destrutivas e a todos os atos de vingança e violência contra mim e contra os outros.
Hoje, limpe-me de todos os pensamentos e palavras de ataque, a fim de que eu possa dar os passos necessários para instalar a paz em meu coração e oferece-la ao mundo.
Hoje, não me deixe esquecer que cada ato meu é importante para construir a paz no mundo.
Hoje, abro meu coração para enviar energia do amor a todos os líderes mundiais.
Hoje, abro meu espírito para construir na criação de um mundo em que a agressão e a violência se transformem em solidariedade e compaixão
Hoje, abro meus olhos para conscientizar-me de tudo o que posso fazer ou dizer para promover a presença da paz.
Hoje, reconheço que a paz começa comigo.
Hoje, eu me entrego confiantemente em Suas Mãos
Dedico cada ideia que penso, cada palavra que digo e cada um dos meus atos à criação, manutenção e propagação da paz.
Faça com que a luz da paz reine em mim.
Que a presença da paz reine em mim.
Faça com que o poder da paz irradie de mim e através de mim!
Que a paz envolva todo mundo!
Assim é! E assim seja!

O CRISTO CONSOLADOR


 
 
 
 
 
 
 


3 – Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito da Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. – Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. (João, XIV: 15 a 17 e 26)

4 – Jesus promete outro consolador: é o Espírito da Verdade, que o mundo ainda não conhece, pois que não está suficientemente maduro para compreendê-lo, e que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para fazer lembrar o que Cristo disse. Se, pois, o Espírito da Verdade deve vir mais tarde, ensinar todas as coisas, é que o Cristo não pode dizer tudo. Se ele vem fazer lembrar o que o Cristo disse, é que o seu ensino foi esquecido ou mal compreendido.

O Espiritismo vem, no tempo assinalado, cumprir a promessa do Cristo: o Espírito da Verdade preside ao seu estabelecimento. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas, fazendo compreender o que o Cristo só disse em parábolas. O Cristo disse: “que ouçam os que têm ouvidos para ouvir”. O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porque ele fala sem figuras e alegorias. Levanta o véu propositalmente lançado sobre certos mistérios, e vem, por fim, trazer uma suprema consolação aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, ao dar uma causa justa e um objetivo útil a todas as dores.

Disse o Cristo: “Bem-aventurados os aflitos, porque eles serão consolados”. Mas como se pode ser feliz por sofrer, se não se sabe por que se sofre?

O Espiritismo revela que a causa está nas existências anteriores e na própria destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Revela também o objetivo, mostrando que os sofrimentos são como crises salutares que levam à cura, são a purificação que assegura a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer, e acha justo o sofrimento. Sabe que esse sofrimento auxilia o seu adiantamento, e o aceita sem queixas, como o trabalhador aceita o serviço que lhe assegura o salário. O Espiritismo lhe dá uma fé inabalável no futuro, e a dúvida pungente não tem mais lugar na sua alma. Fazendo-o ver as coisas do alto, a importância das vicissitudes terrenas se perde no vasto e esplêndido horizonte que ele abarca, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem, para ir até o fim do caminho.

Assim realiza o Espiritismo o que Jesus disse do consolador prometido: conhecimento das coisas, que faz o homem saber de onde vem, para onde vai e porque está na Terra, lembrança dos verdadeiros princípios da lei de Deus, e consolação pela fé e pela esperança.
Fonte - Espíritbook

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

MANIFESTAÇÕES VISUAIS


 

 
 

100. De todas as manifestações espíritas, as mais interessantes são sem dúvida aquelas pelas quais os Espíritos podem se tornar mais visíveis. Pela explicação desse fenômeno veremos que ele, como os outros, nada tem de sobrenatural. Damos inicialmente as respostas dos Espíritos a respeito do assunto.

1. Os Espíritos podem se tornar visíveis?

— Sim, sobretudo durante o sono. Entretanto, certas pessoas os veem também no estado de vigília, mas isso é mais raro.

Nota de Kardec: Enquanto o corpo repousa o Espírito se desprende dos laços materiais, fica mais livre e pode mais facilmente ver os outros Espíritos e entrar em comunicação com eles. O sonho é uma recordação desse estado. Quando não nos lembramos de nada, dizemos que não sonhamos, mas a alma não deixou de ver e de gozar da sua liberdade. Tratamos aqui mais particularmente das aparições no estado de vigília. – Sobre o estado do Espírito durante o sono ver nº 409 de O Livro dos Espíritos.

2. Os Espíritos que se manifestam pela visão pertencem a uma determinada categoria?

— Não; podem pertencer a todas as categorias, das mais elevadas às mais inferiores.

3. É permitido a todos os Espíritos manifestarem-se visivelmente?

— Todos o podem, mas nem sempre tem a permissão nem o desejo de fazê-lo.

4. Com que fim os Espíritos se manifestam visivelmente?

— Isso depende; segundo sua natureza, o fim pode ser bom ou mau.

5. Como pode ser permitido, quando o fim é mau?

— É então para por à prova aqueles que os veem. A intenção do Espírito pode ser má, mas o resultado pode ser bom.

6. Qual o objetivo dos Espíritos que se fazem ver com má intenção?

— Assustar e muitas vezes vingar-se.

7. Qual o objetivo dos Espíritos que aparecem com boa intenção?

— Consolar os que lamentam a sua partida; provar-lhes que continuam a existir e estão perto deles; dar conselhos e algumas vezes pedir assistência para si mesmos.

8. Que inconveniente haveria em ser permanente e geral a possibilidade de ver os Espíritos? Não seria essa uma forma de tirar a dúvida aos mais incrédulos?

— Estando o homem constantemente cercado de Espíritos, o fato de vê-los sem cessar o perturbaria, constrangendo-o nas suas atividades, e lhe tiraria a iniciativa na maioria dos casos, enquanto, julgando-se só, pode agir com mais liberdade. Quanto aos incrédulos, dispõem de muitos meios para se convencerem, caso queiram aproveitá-los e se não estiverem cegos pelo orgulho. Sabes de pessoas que viram e nem por isso acreditam, pois dizem que se trata de ilusões. Não te inquietes por essa gente, de que Deus se encarrega.

9. Se a visão dos Espíritos tem inconvenientes, porque é permitida em alguns casos?

— Para dar uma prova de que nem tudo morre com o corpo e de que a alma conserva a sua individualidade após a morte. Essa visão passageira é suficiente para dar a prova e atestar a presença dos amigos ao vosso lado, não tendo os inconvenientes da visão incessante.

10. Nos mundos mais adiantados que o nosso a visão dos Espíritos é mais frequente?

Quanto mais os homens se aproximam da natureza espiritual, mais facilmente entra em relação com os Espíritos. É a grosseria do vosso corpo que torna mais difícil e mais rara a percepção dos seres etéreos.

11. É racional assustar-se com a aparição de um Espírito?

— Aquele que refletir a respeito há de compreender que um Espírito, seja qual for, é menos perigoso que um vivo. Os Espíritos, aliás, estão por toda parte e não tens a necessidade de vê-los para saber que podem estar ao teu lado. O Espírito que desejar prejudicar alguém pode fazê-lo sem ser visto, e até com mais segurança. Ele não é perigoso por ser Espírito, mas pela influência que pode exercer no pensamento do homem, desviando-o do bem e impelindo-o ao mal.

Nota de Kardec: As pessoas que tem medo da solidão e do escuro, raramente compreendem a causa do seu pavor. Elas não saberiam dizer do que tem medo, mas certamente deviam recear-se mais de encontrar homens do que Espíritos, porque um malfeitor é mais perigoso em vida do que após a morte.

12. Aquele que vê um Espírito poderia conversar com ele?

Perfeitamente. E é justamente o que se deve fazer nesse caso, perguntando quem é o Espírito, o que deseja e o que se pode fazer por ele. Se o espírito for infeliz e sofredor, o testemunho de comiseração o aliviará. Se for um Espírito benévolo, pode acontecer que tenha a intenção de dar bons conselhos.

13. Como o Espírito poderia responder?

— Às vezes falando, como uma pessoa viva; a maioria das vezes por uma transmissão de pensamentos.

14. Os Espíritos que aparecem com asas realmente as têm, ou essas asas são apenas uma aparência simbólica?

— Os Espíritos não têm asas. Não precisam delas, pois podem transportar-se por toda parte como Espíritos. Aparecem dessa forma porque querem impressionar a pessoa a que se mostram. Uns aparecerão com suas roupas habituais, outros envolvidos em panos, alguns com asas, como atributo da categoria espiritual que representam.

15. As pessoas que vemos em sonho são sempre as que aparentam ser?

— São quase sempre as mesmas pessoas que o teu Espírito vai encontrar ou que te vêm encontrar.

16. Os Espíritos zombadores não poderiam tomar a aparência das pessoas que nos são caras e nos iludirem?

— Tomam aparências fantasiosas para se divertirem a vossa custa, mas há coisas com as quais não lhes é permitido brincar.

17. Como o pensamento é uma espécie de evocação, compreende-se que possa atrair o Espírito. Mas por que, quase sempre, as pessoas em que mais pensamos, que ardentemente desejamos rever, jamais aparecem nos sonhos, enquanto vemos outras que não nos interessam e nas quais nunca pensamos?

— Os Espíritos nem sempre têm a possibilidade de manifestar-se visivelmente, mesmo em sonhos e apesar do desejo que tenhamos de vê-los. Causas independentes da sua vontade podem impedi-los. Quase sempre é também uma prova que o mais ardente desejo não pode afastar. Quanto às pessoas que não interessam, embora não penseis nelas, é possível que pensem em vós. Aliás, não podeis fazer uma ideia das relações no Mundo dos Espíritos, onde reencontrais uma multidão de conhecidos íntimos, antigos e novos, dos quais nem tendes a menor ideia quando acordados.

18. Por que certas visões são mais frequentes nas doenças?

— Elas ocorrem igualmente no estado de perfeita saúde, mas na doença os laços materiais se afrouxam e a fraqueza do corpo deixa mais livre o Espírito, que entra mais facilmente em comunicação com outros Espíritos.

19. As aparições espontâneas parecem mais frequentes em certas regiões. Alguns povos são mais bem dotados que outros para essas manifestações?

— As aparições, os ruídos e todas as manifestações expandem-se igualmente por toda a Terra, mas apresentam características próprias segundo os povos em que se verificam. Entre estes, por exemplo, a escrita é pouco desenvolvida e não há médiuns escreventes; entre outros eles abundam; alem disso há mais frequência de manifestações ruidosas e de movimento de objetos que de comunicações inteligentes, porque estas são menos apreciadas e procuradas.

20. Por que as aparições se verificam mais à noite?

— Pela mesma razão que vês as estrelas à noite e não em pleno dia. A claridade intensa pode ofuscar uma aparição delicada. Mas é errôneo supor que a noite tenha algo de especial para isso. Interpela todos os que as viram, e constatarás que a maioria ocorre de dia.

21. A visão dos Espíritos ocorre no estado normal ou somente durante o êxtase?

— Pode ocorrer em condições perfeitamente normais; entretanto, as pessoas que os veem estão quase sempre num estado especial, próximo do êxtase que lhes dá uma espécie de dupla vista. (Ver O Livro dos Espíritos, nº 447)

22. Os que veem os Espíritos o fazem com os olhos?

— Eles pensam que sim, mas na realidade é a alma que vê. A prova é que podem vê-los de olhos fechados.

23. Como o Espírito pode tornar-se visível?

— O princípio é o mesmo de todas as manifestações e está nas propriedades do perispírito, que pode sofrer diversas modificações, à vontade do Espírito.

24. O Espírito propriamente dito pode fazer-se visível ou só o faz com a ajuda do perispírito?

Na vossa situação material o Espírito só pode manifestar-se com a ajuda do seu invólucro semimaterial. É este o intermediário pelo qual eles agem sobre os vossos sentidos. Graças a esse invólucro é que eles aparecem algumas vezes com a forma humana ou outra qualquer, seja nos sonhos ou no estado de vigília, assim a plena luz como na obscuridade.

25. Poderíamos dizer que é pela condensação do fluido do perispírito que o Espírito se torna visível?

— Condensação não é o termo. Trata-se apenas de uma comparação que pode ajudar a compreender o fenômeno, pois não há realmente uma condensação. Pela combinação dos fluidos produz-se no perispírito uma disposição especial, sem possibilidade de analogia para vós, e que o torna perceptível.

26. Os Espíritos que aparecem são sempre inacessíveis ao tato?

— No estado normal de Espíritos não podemos pegá-los, como não pegamos os sonhos. Não obstante, podem impressionar o nosso tato e deixar sinais de sua presença. Podem mesmo, em alguns casos, tornarem-se momentaneamente tangíveis, o que prova a existência de matéria entre eles e vós.

27. Todos são aptos a ver os Espíritos?

Durante o sono, todos. Mas não quando estão acordados. No sono, a alma vê diretamente; quando estais acordados ela sofre em maior ou menor grau a influência dos órgãos. Eis porque as condições não são as mesmas nos dois casos.

28. Como podemos ver os Espíritos em estado de vigília?

Isso depende do organismo, da facilidade maior ou menor do fluido do vidente de se combinar como o do Espírito. Assim, não basta o espírito querer mostrar-se; é também necessário que a pessoa a quem se quer mostrar tenha a aptidão para vê-lo.

29. Essa faculdade pode desenvolver-se pelo exercício?

— Pode, como todas as outras faculdades. Mas é daquelas cujo desenvolvimento natural é melhor do que o provocado, quando corremos o risco de superexcitar a imaginação. A visão geral e permanente dos espíritos é excepcional e não pertence às condições normais do homem.

30. Pode-se provocar a aparição dos espíritos?

— Pode-se algumas vezes, mas muito raramente. Ela é quase sempre espontânea. Para provocá-la é necessário que se possua uma faculdade especial.

31. Os Espíritos podem fazer-se visíveis com outra aparência, além da humana?

— A forma humana é a sua forma normal. O Espírito pode variá-la na aparência, mas conservando sempre o tipo humano.

35. Os Espíritos poderiam se apresentar com a forma de animais?

Isto pode acontecer, mas são sempre Espírito inferiores os que tomam essas aparências. Mas seriam sempre, em todos os casos, aparências passageiras, pois seria absurdo acreditar que um animal pudesse ser a encarnação de um Espírito. Os animais são sempre animais e nada mais do que isso.

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O fim providencial das manifestações é de convencer os incrédulos de que tudo não termina para o homem com a vida terrestre, e de dar aos crentes idéias mais justas sobre o futuro.


Os bons Espíritos vêm nos instruir para nossa melhoria e nosso progresso, e não para nos revelar o que não devemos ainda saber, ou aquilo que não devemos aprender senão pelo nosso trabalho.


Se bastasse interrogar os Espíritos para obter a solução de todas as dificuldades científicas, ou para fazer descobertas ou invenções lucrativas, todo ignorante poderia tornar-se sábio gratuitamente, e todo preguiçoso poderia se enriquecer sem trabalhar; é o que Deus não quer. Os Espíritos ajudam o homem de gênio pela inspiração oculta, mas não o isentam do trabalho e da pesquisa, a fim de deixar-lhe o mérito deles.


Seria ter uma idéia bem falsa dos Espíritos, ver neles apenas auxiliares de adivinhos; os Espíritos sérios recusam se ocupar de coisas fúteis. Os Espíritos levianos e zombeteiros se ocupam de tudo, respondem a tudo, predizem a tudo o que se quer, sem se importarem com a verdade, e sentem um prazer maligno em mistificarem para as pessoas muito crédulas; por isso, é essencial estar perfeitamente fixado sobre a natureza das questões que se podem dirigir aos Espíritos. (Ver o ‘Livro dos Médiuns’, nº 286: Questões que se podem dirigir aos Espíritos.)


Fora do que pode ajudar ao progresso moral, não há senão incerteza nas revelações que se podem obter dos Espíritos. A primeira conseqüência deplorável para aquele que desvia sua faculdade do seu fim providencial, é de ser mistificado pelos Espíritos enganadores, que pululam ao redor dos homens. A segunda é de cair sob o domínio desses mesmos espíritos que podem, por meio de conselhos pérfidos, conduzir a infelicidades reais e materiais sobre a Terra. A terceira é de perder, depois da vida terrestre, o fruto do conhecimento do Espiritismo.

As manifestações não estão, pois, destinadas a servir aos interesses materiais; sua utilidade está nas conseqüências morais que delas decorrem.(Texto retirado do livro “O que é o Espiritismo” – Allan Kardec)

 O Livro dos Médiuns (Kardec, 1861), Parte 2
FONTE- Espíritbook