sábado, 17 de outubro de 2015

CHICO E O RECADO DE MARIA




Chico Xavier contou que, num dos seus dias de profunda amargura, solicitou ao benfeitor espiritual que levasse o seu pedido de socorro a Maria de Nazaré, para que ela o consolasse, já que seus problemas eram graves. 

Após alguns dias, Emmanuel retornou, dizendo-se portador de um recado da Mãe de Jesus. 

Chico, imediatamente, pegou papel e lápis e preparou-se para anotar. 

- Pode falar, tomarei nota de cada palavra. 

Emmanuel, o educador atencioso, falou-lhe: 

- Anote aí, Chico. Maria me pediu para que lhe trouxesse o seguinte recado:
-" Isso também passará". Ponto Final. 

Chico tomou nota rapidamente e perguntou ao guia: só isso? E ele respondeu, enfatizando: 

- É, Chico. A Mãe de Jesus pediu-me para dizer-lhe: Isso também passará... 

Como Chico Xavier, muitos de nós, quando visitados pela dor, gostaríamos de receber uma mensagem individual de consolo. 

Pensando que fomos esquecidos pela Divindade, rogamos que nos seja concedida uma deferência especial por parte dos benfeitores espirituais.
Todavia, Deus tudo sabe e tudo vê. 

Nada acontece sem o seu consentimento, basta que depositemos confiança em Suas soberanas leis. Todas as coisas, na Terra passam... 

Os dias de dificuldade, passarão...
Passarão também os dias de amargura e solidão...
As dores e as lágrimas passarão...
As frustrações que nos fazem chorar... um dia, passarão.
A saudade do ser querido que se vai na mão da morte, passará...
Os dias de glórias e triunfo mundanos em que nos julgamos maiores e melhores que os outros... igualmente passarão
Essa vaidade interna que nos faz sentir como o centro do universo, um dia passará.
Dias de tristeza... Dias de felicidade... são lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal as experiências acumuladas. 

Se hoje, para nós, é um desses dias repletos de amargura, paremos um instante, elevemos o pensamento ao Alto e busquemos a voz suave da Mãe amorosa a nos dizer carinhosamente: Isso também passará... 

E guardemos a certeza, pelas próprias dificuldades já superadas, que não há mal que dure para sempre. 

Assim, façamos a nossa parte, o melhor que pudermos, sem esmorecimento, e confiemos em Deus, aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo, também passarão... 

Extraído do Livro: "Renascer"
Médium: Francisco Cândido Xavier
Fonte: CEAE - Centro Espírita Aprendizes do Evangelho

DIA E NOITE




Recorda que a tua noite é a continuação do teu dia.

Repousando o veiculo denso – o corpo a que te junges -, o viajor, que és tu mesmo, prossegue na romagem constante das horas.

E não te faltarão companheiros na sombra, a copiarem perfeitamente os companheiros que preferes perante a luz.

Se malbaratas o tempo em conversações infelizes, decerto avançarás, treva a dentro, intoxicando a ti mesmo com o verbo envenenador.

Se te comprazes no vicio, cerradas as janelas da visão na carruagem carnal, identificarás, junto de ti, quantos se alimentam à mesa do vampirismo.

Se te confias à cólera e à agressividade, tão logo te retires do campo físico partilharás o pesadelo dos que se nutrem de ódio e perseguição.

Se te agrada a ideia de enfermidade, em cujas teias te conformas, sem qualquer resistência, em favor do trabalho que te redimiria a imaginação, assim que te afastas do corpo, à influencia do sono, entrarás na companhia deplorável de doentes do espírito, que fazem da inércia a sua razão de ser.

Vale-te do dia para criar valores novos e substanciais que te enriqueçam a vida.

Lembra-te de que nossos laços inferiores com o passado não jazem de todo extintos e numerosos desafetos de ontem nos espreitam a invigilância de hoje para reconduzir-nos a novas flagelações amanhã e quase todos aguardam a escuridão para multiplicar apelos delituosos e sugestões infelizes.

Saibamos conquistar a noite, aproveitando os recursos do dia para estender o bem, porque no símbolo do sol e da sombra temos a imagem de vida e da morte, dependendo de nós mesmos fazer da existência um cântico de beleza e harmonia, fraternidade e trabalho, para que o termino de nossas tarefas represente abençoada renovação. 

Pelo Espírito Emmanuel
Do livro: "Caridade"
Médium: Francisco Cândido Xavier
Fonte: Centro Espírita Caminhos de Luz-Pedreira-SP-Brasil 

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO





O título acima merece os sinais de interrogação apenas dentro do contexto em que este assunto é abaixo desenvolvido, pois, é preciso deixar claro, muito claro, que não há dúvida alguma de que Fora da Caridade Não Há Salvação.
 Sabemos que a caridade é a alavanca propulsora de nossa evolução espiritual.
 Sabemos que a caridade é a forma mais bela e pura de expormos a divindade que há em nós.
 Mas, o que é caridade?
 É apenas cuidar do social? Ou é cuidar do social e do espiritual?
 Se não há dúvida de que Fora da Caridade Não Há Salvação, também não há dúvida de que o verdadeiro resgate social começa pela mudança comportamental do indivíduo. Em sintonia com esta ótica, vale a pena ler parte do artigo extraído da revista Forbes Brasil de 21 de novembro de 2001:
“Quase 6 trilhões de dólares mais tarde, os Estados Unidos provaram que dinheiro em si não resolve problemas.
 Agora a idéia sobre caridade está mudando mais uma vez. E numa direção mais sábia. Pode-se detectar a mudança no Doe Fund, de Nova York, e em seu chefe, George McDonald. Ex-ativista barulhento em favor dos sem-teto, ele pregava que o necessário eram ‘casas, casas e mais casas’. Mas, quando observou de perto, percebeu que o problema dos sem-teto era o próprio comportamento, uma vez que a maioria era usuária de drogas, alcoólatra, ou ambos. Eles teriam que mudar de comportamento e recuperar o controle sobre suas vidas.”
 “(...) Também se pode ver mudança na iniciativa Faith-Based and Communyt, que se baseia na idéia de que os mais necessitados precisam de transformação moral e espiritual mais do que ajuda material.”
Portanto, o resgate moral e espiritual do indivíduo é que fará ocorrer de forma definitiva o resgate social.
 É importante aprendermos com o erro dos Estados Unidos. Conforme texto acima reproduzido, depois de 6 trilhões de dólares aplicados em atos solidários, os Estados Unidos estão descobrindo que “...os mais necessitados precisam de transformação moral e espiritual mais do que ajuda material.”
Trabalhar o espiritual, na auto-educação e na educação do próximo, é mais produtivo do que trabalhar o material. Se ajudar materialmente é necessário e importante, ajudarmo-nos e ajudar o próximo no desenvolvimento espiritual, passou a ser mais do que importante, passou a ser fundamental.
 Na revista Reformador, de Dezembro de 2002, sem desvalorizar a importante visão social, o espírito do Dr. Bezerra de Menezes, sob a psicografia de Divaldo Franco, coloca os “pingos nos is”.
“(...) Se é verdade que o espiritista não se pode marginalizar em torno dos acontecimentos que sacodem a sociedade, o planeta, não menos é verdade que, comprometido com o ideal espírita, possui, nos conteúdos doutrinários, os instrumentos hábeis para mudar a situação que vivemos, por intermédio da educação das gerações novas, da auto-educação, mediante a transformação moral que se deve impor e também dos esclarecimentos que, libertando a criatura humana das suas paixões primitivas, tornam-na capaz de mudar as estruturas perturbadoras da sociedade.
 É necessário que tenhamos muito cuidado para não nos desviarmos dos objetivos essenciais da Doutrina, que se coloca acima das questões inquietadoras deste momento.
 Viver espiriticamente é trabalhar sem desfalecimento pela construção de uma nova era sim, que deve começar no próprio indivíduo, na sua transformação interior.
 (...) A nossa preocupação de mudar o mundo não pode abandonar o compromisso da nossa mudança interior. O nosso compromisso com a fé espírita é de urgência e todos os esforços devem ser envidados para conseguirmos essa meta.”
As inserções acima em momento algum desvalorizam nossa necessária ação social, mas têm o mérito de colocar em evidência que a ajuda realmente consistente é a ação social conjugada à transformação moral e espiritual do indivíduo.
 O Movimento Espírita tem se destacado pela seriedade, pela organização e pelo amor com que trata seus projetos sociais. Face a um novo governo que coloca como prioridade primeira a questão social, temos muito a contribuir com essa nova onda, seja no campo institucional, seja no campo pessoal. E nossa contribuição será melhor substanciada se atuarmos também – e com firmeza – na educação espiritual dos nossos irmãos.

Alkindar de Oliveira


FONTE - ESPIRITBOOK

FRUTOS VERDES





O espírita, herdeiro de conhecimentos superiores, esbarra com ressentimentos e mágoas, nutrindo atitude perfeitamente nova quando posta em confronto com a de outros princípios religiosos.
 Admitindo a continuidade da vida, além da morte, não recebe sensores à maneira de inimigos ou irresponsáveis. Acolhe-os como sendo companheiros transviados que é preciso recuperar para o bem.
 À face disso, assaltos morais apresentam para ele importância relativa, conquanto lhe doam nos brios.
 Porque alimentar ódio a alguém, se estiver convicto, pela lei da reencarnação, de que esse alguém se lhe pode abrigar nos braços, na feição de um ente querido na equipe familiar?
 Por outro lado, não pode ignorar o mal de que foi objeto, certo quanto se acha da lei de responsabilidade individual. Dai o comportamento equilibrado que as circunstâncias lhe sugerem: serenidade sem indiferença, dentro da qual reconhece que não lhe adianta perder tempo com pesares ocultos ou reclamações descabidas.
 Com isso, recolhe todas as manifestações de injuria, maldade, agressividade ou incompreensão dos outros, com a tranqüilidade do cultivador que recebe de um companheiro vastas coleções de frutos verdes, para os quais não há colocação na área de seus interesses.
 E como sabe que o responsável pela produção se esmerará em fornecer-1be frutos maduros, em tempo adequado, espera por eles com paciência.
 Por essa razão, se o espírita lança mão de algum desforço perante ataques do caminho, essa desforra é sempre a resposta do serviço mais eficiente a todos os desafios de que foi alvo.
 Recordemos isso, à frente de agravos ou menosprezos.
 Para nós, as palavras do Cristo “amai os vossos inimigos” e “orai pelos que vos perseguem e caluniam”, não significam carta-branca aos irmãos que se chafurdaram no mal e nem nos determinam exibir suposta superioridade diante deles.
 Querem claramente dizer que não devemos cortar os fios de amor fraternal que nos identificam uns com os outros, conferindo-lhes o direito de serem responsáveis pelos erros que praticam e que nos cabe envolvê-los nas vibrações restauradoras da prece, prosseguindo, de nossa parte, na construção imperturbável do bem, que renderá sempre luz e verdade, alegrias e bênçãos para eles e para nós.

Kelvin Van Dine

FONTE -  ESPIRITBOOK

A MARAVILHOSA "LEI DA REENCARNAÇÃO"!









“A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vidacorpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo”. (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. IV). Assim, não é invenção do Espiritismo, mas sim algo natural, de modo que foi um tema muito discutido e difundido ao longo da História da Humanidade por muitos muitos pensadores, tais como Sócrates, Pitágoras, Platão, Apolônio e Empédocles. 

Jesus – o Incomparável, o Mestre, o único Guia e Modelo -, em várias oportunidades afirmou a existência da reencarnação
Em João (capítulo III, versículos de 1 a 12), encontramos a elucidativa palestra de Jesus com Nicodemos (doutor da lei judeu):
Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo que ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo”.

Perguntou-lhe, então, Nicodemos: "Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez?"

Jesus respondeu: Em verdade, em verdade vos digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito:

Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo aquele que é nascido do Espírito”.

“Como pode ser isso?”, disse-lhe Nicodemos.

Jesus, então, afirmou: “Tu és mestre de Israel e não sabes?”

Digo-te em verdade, em verdade, que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. - Mas, se não me credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos fale das coisas celestiais?"

Também, veremos a referência de Jesus com relação a João Batista ser reencarnação de Elias, referência está que está contida em Mateus (capítulo XVII, versículos 10 a 13).

Os discípulos indagaram ao Mestre: “Por que, pois, dizem os escribas que é preciso que Elias venha primeiro?”

E Jesus respondeu-lhes: “É verdade que Elias deve vir e restabelecer as coisas; mas eu vos declaro que Elias já veio e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. É assim que eles farão sofrer o Filho do Homem. Então os discípulos compreenderam que ele lhes falara de João Batista".

“Ora, desde o tempo de João Batista até o presente, o reino dos céus é tomado pela violência e são os violentos que o arrebatam; - pois que assim o profetizaram todos os profetas até João, e também a lei. - Se quiserdes compreender o que vos digo, ele mesmo é o EIias que há de vir. - Ouça-o aquele que tiver ouvidos de ouvir. (MATEUS, cap. XI, versículos de 12 a 15.)

“Se o princípio da reencarnação, conforme se acha expresso em S. João, podia, a rigor, ser interpretado em sentido puramente místico, o mesmo já não acontece com esta passagem de S. Mateus, que não permite equívoco: ELE MESMO é o Elias que há de vir. Não há aí figura, nem alegoria: é uma afirmação positiva. -

"Desde o tempo de João Batista até o presente o reino dos céus é tomado pela violência." Que significam essas palavras, uma vez que João Batista ainda vivia naquele momento? Jesus as explica, dizendo: "Se quiserdes compreender o que digo, ele mesmo é o Elias que há de vir." Ora, sendo João o próprio Elias, Jesus alude à época em que João vivia com o nome de Elias. "Até ao presente o reino dos céus é tomado pela violência": outra alusão à violência da lei moisaica, que ordenava o extermínio dos infiéis, para que os demais ganhassem a Terra Prometida, Paraíso dos hebreus, ao passo que, segundo a nova lei, o céu se ganha pela caridade e pela brandura.

E acrescentou: Ouça aquele que tiver ouvidos de ouvir. Essas palavras, que Jesus tanto repetiu, claramente dizem que nem todos estavam em condições de compreender certas verdades”. (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo IV).

Jesus, tendo vindo às cercanias de Cezaréia de Filipe, interrogou assim seus discípulos: "Que dizem os homens, com relação ao Filho do Homem? Quem dizem que eu sou?" - Eles lhe responderam: "Dizem uns que és João Batista; outros, que Elias; outros, que Jeremias, ou algum dos profetas." - Perguntou-lhes Jesus: "E vós, quem dizeis que eu sou?" - Simão Pedro, tomando a palavra, respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo." - Replicou-lhe Jesus: "Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o sangue que isso te revelaram, mas meu Pai, que está nos céus." (Mateus, cap. XI, versículos 13 a 17; Marcos, cap. VIII, versículos 27 a 30)
Ora, se os homens da época refletiam sobre que era Jesus, obviamente acreditavam na reencarnação.

“Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo; aqueles que estavam mortos em meio a mim ressuscitarão. Despertai do vosso sono e entoai louvores a Deus, vós que habitais no pó; porque o orvalho que cai sobre vós é um orvalho de luz e porque arruinareis a Terra e o reino dos gigantes.

(ISAÍAS, cap. XXVI, versículo 19)

“É também muito explícita esta passagem de lsaías: "Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo." Se o profeta houvera querido falar da vida espiritual, se houvera pretendido dizer que aqueles que tinham sido executados não estavam mortos em Espírito, teria dito: ainda vivem, e não: viverão de novo. No sentido espiritual, essas palavras seriam um contra-senso, pois que implicariam uma interrupção na vida da alma. No sentido de regeneração moral, seriam a negação das penas eternas, pois que estabelecem, em princípio, que todos os que estão mortos reviverão”. (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo IV)

Mas, quando o homem há morrido uma vez, quando seu corpo, separado de seu espírito, foi consumido, que é feito dele? -Tendo morrido uma vez, poderia o homem reviver de novo? Nesta guerra em que me acho todos os dias da minha vida, espero que chegue a minha transformação. (João, cap. XIV, versículos 10 a 14. Tradução de Le Maistre de Sacy.)

Quando o homem está morto, vive sempre; acabando os dias da minha existência terrestre, esperarei, porquanto a ela voltarei de novo. (ID. Versão da Igreja grega.)

15. Nessas três versões, o princípio da pluralidade das existências se acha claramente expresso. Ninguém poderá supor que João haja querido falar da regeneração pela água do batismo, que ele de certo não conhecia. "Tendo o homem morrido uma vez, poderia reviver de novo?" A idéia de morrer uma vez, e de reviver implica a de morrer e reviver muitas vezes. A versão da Igreja grega ainda é mais explícita, se é que isso é possível: "Acabando os dias da minha existência terrena, esperarei, porquanto a ela voltarei", ou, voltarei à existência terrestre. Isso é tão claro, como se alguém dissesse: "Saio de minha casa, mas a ela tornarei”.

"Nesta guerra em que me encontro todos os dias de minha vida, espero que chegue a minha transformação". João, evidentemente, pretendeu referir-se à luta que sustentava contra as misérias da vida. Espera a sua mutação, isto é, resigna-se. Na versão grega, esperarei parece aplicar-se, preferentemente, a uma nova existência: "Quando a minha existência estiver acabada, esperarei, porquanto a ela voltarei". João como que se coloca, após a morte, no intervalo que separa uma existência de outra e diz que lá aguardará o momento de voltar.

Nestas passagens, assim como em outras, fica muito clara a existência das reencarnações. Como diria o Mestre, “Ouça aquele que tem ouvidos para ouvir”.

Finalizando, em O Livro dos Espíritos, Kardec indaga na questão 132:

Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?

Resposta dos Espíritos Superiores:

"Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada minuto, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta".



FONTE -  ESPIRITBOOK

CAUSAS DE SOFRIMENTO ORIGINADOS EM VIDAS PASSADAS!




Mas se há males, nesta vida, de que o homem é a própria causa, há também outros que, pelo menos em aparência, são estranhos à sua vontade e parecem golpeá-lo por fatalidade. Assim, por exemplo, a perda de entes queridos e dos que sustentam a família. Assim também os acidentes que nenhuma previdência pode evitar; os revezes da fortuna, que frustra
m todas as medidas de prudência; os flagelos naturais; e ainda as doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiota, a imbecilidade etc.

Os que nascem nessas condições, nada fizeram, seguramente, nesta vida, para merecer uma sorte triste, sem possibilidade de compensação, e que eles não puderam evitar, sendo impotentes para modificá-las e ficando à mercê da comiseração pública. Por que, pois, esses seres tão desgraçados, enquanto ao seu lado, sob o mesmo teto e na mesma família, outros se apresentam favorecidos em todos os sentidos?

Que dizer, por fim, das crianças que morrem em tenra idade e só conheceram da vida o sofrimento? Problemas, todos esses, que nenhuma filosofia resolveu até agora, anomalias que nenhuma religião pode justificar, e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, segundo a hipótese da criação da alma ao mesmo tempo em que o corpo, e da fixação irrevogável da sua sorte após a permanência de alguns instantes na Terra. Que fizeram elas, essas almas que acabam de sair das mãos do Criador, para sofrerem tantas misérias no mundo, e receberem, no futuro, uma recompensa ou uma punição qualquer, se não puderam seguir nem o bem nem o mal?

Entretanto, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter a sua causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. Ora a causa sendo sempre anterior ao efeito, e desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente. Por outro lado, Deus não podendo punir pelo bem o que se fez, nem pelo mal que não se fez, se somos punidos, é que fizemos o mal. E se não fizemos o mal nesta vida, é que o fizemos em outra. Esta é uma alternativa a que não podemos escapar, e na qual a lógica nos diz de que lado está à justiça de Deus.

O homem não é, portanto, punido sempre, ou completamente punido, na sua existência presente, mas jamais escapa às conseqüências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea, e se ele não expia hoje, expiará amanhã, pois aquele que sofre está sendo submetido à expiação do seu próprio passado. A desgraça que, à primeira vista, parece imerecida, tem portanto a sua razão de ser, e aquele que sofre pode sempre dizer: “Perdoai-me, Senhor, porque eu pequei”.

Os sofrimentos produzidos por causas anteriores são sempre, como os decorrentes de causas atuais, uma conseqüência natural da própria falta cometida. Quer dizer que, em virtude de uma rigorosa justiça distributiva, o homem sofre aquilo que fez os outros sofrerem. Se ele foi duro e desumano, poderá ser, por sua vez, tratado com dureza e desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer numa condição humilhante; se foi avarento, egoísta, ou se empregou mal a sua fortuna, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer com os próprios filhos; e assim por diante.

É dessa maneira que se explicam, pela pluralidade das existências e pelo destino da Terra, como mundo expiatório que é, as anomalias da distribuição da felicidade e da desgraça, entre os bons e os maus neste mundo. Essa anomalia é apenas aparente, porque só encaramos o problema em relação à vida presente; mas quando nos elevamos, pelo pensamento, de maneira a abranger uma série de existências, compreendemos que a cada um é dado o que merece, sem prejuízo do que lhe cabe no Mundo dos Espíritos, e que a justiça de Deus nunca falha.

O homem não deve esquecer-se jamais de que está num mundo inferior, onde só é retido pelas suas imperfeições. A cada vicissitude, deve lembrar que,se estivesse num mundo mais avançado, não teria de sofrê-la, e que dele depende não voltar a este mundo, desde que trabalhe para se melhorar.

As tribulações da vida podem ser impostas aos Espíritos endurecidos, ou demasiado ignorantes para fazerem uma escolha consciente, mas são livremente escolhidos e aceitas pelos Espíritos arrependidos, que querem reparar o mal que fizeram e tentar fazer melhor. Assim é aquele que, tendo feito mal a sua tarefa, pede para recomeçá-la, a fim de não perder as vantagens do seu trabalho. Essas tribulações, portanto, são ao mesmo tempo expiações do passado, que castigam, e provas para o futuro, que preparam. Rendamos graças a Deus que, na sua bondade, concede aos homens a faculdade da reparação, e não o condena irremediavelmente pela primeira falta.

Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento por que se passa neste mundo seja necessariamente o indício de uma determinada falta; trata-se freqüentemente de simples provas escolhidas pelo Espírito, para acabar a sua purificação e acelerar o seu adiantamento. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas a prova nem sempre é uma expiação. Mas provas e expiações são sempre sinais de uma inferioridade relativa, pois aquele que é perfeito não precisa ser provado.

Um Espírito pode, portanto, ter conquistado um certo grau de elevação, mas querendo avançar mais, solicita uma missão, uma tarefa, pela qual será tanto mais recompensado, se sair vitorioso quanto mais penosa tiver sido a sua luta. Esses são, mais especialmente, os casos das pessoas de tendência naturalmente boas, de alma elevada, de sentimentos nobres inatos, que parecem nada trazer de mal de sua precedente existência, e que sofrem com resignação cristã as maiores dores, pedindo forças a Deus para suportá-las sem reclamar. Podem-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam reclamações e levam à revolta contra Deus.

O sofrimento que não provoca murmurações pode ser, sem dúvida, uma expiação, mas indica que foi antes escolhido voluntariamente do que imposto; é a prova de uma firme resolução, o que constitui sinal de progresso.

Os Espíritos não podem aspirar à perfeita felicidade enquanto não estão puros; toda mancha lhes impede a entrada nos mundos felizes. Assim acontece com os passageiros de um navio tomado pela peste, aos quais fica impedida a entrada numa cidade, até que estejam purificados. É nas diversas existências corpóreas que os Espíritos se livram, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provas da vida fazem progredir, quando bem suportadas; como expiações, apagam as faltas e purificam; são o remédio que limpa a ferida e cura o doente, e quanto mais grave o mal, mais enérgico deve ser o remédio.

Aquele, portanto, que muito sofre, deve dizer que tinha muito a expiar e alegrar-se de ser curado logo. Dele depende, por meio da resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não perder os seus resultados por causa de reclamações, sem o que teria de recomeçar.



FONTE -  ESPIRITBOOK