domingo, 20 de maio de 2012

PRECES. ANDRÉ LUIZ





A VOZ DO EVANGELHO




·         Postado por Vi Meirim em 7 maio 2012 às 18:28

·         FONTE - espiritbook

Esparramado na poltrona, João Lício pensava. Sem dúvida, fora feliz nos negócios. Enriquecera. Seu nome nos bancos indicava créditos de milhões.

Que aceitava o Espiritismo, aceitava. Nenhuma Doutrina mais consoladora. Mas daí a espalhar o que havia juntado, isso é que não.

Meditava, assim, por haver recebido na véspera a solicitação de duzentos mil cruzeiros, da parte de amigos, para salvar grande obra periclitante. Para o montante do que possuía, a importância referida expressava migalha; entretanto, segundo refletia, já havia feito o possível. Dera grandes somas. Custeara a compra de vasto material. Cumprira com os preceitos da cooperação e da caridade. Sentia-se exonerado de quaisquer compromissos.

Ainda assim, ouvira dizer que o Evangelho respondia a consultas e resolveu experimentar. Levantou-se. Procurou o Novo Testamento e, após recolhê-lo, tornou a sentar-se.

Abriu indiscriminadamente. E caiu-lhe aos olhos a sentença de Jesus, no versículo dezenove do capítulo seis, das anotações do Apóstolo Mateus:

- “Não ajunteis tesouros da Terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem e onde os ladrões minam e roubam …”

Como se houvesse recebido um choque, ponderou que o trecho não apresentava significação para ele, porque sempre dera muito a todas as instituições de caridade. Abriria outra vez. O Livro Divino, decerto, lhe reservava alguma consolação.

Repetiu o movimento e as páginas lhe mostraram o versículo dez do capítulo dezessete, dos apontamentos de Lucas, em que Jesus assim se expressa:

- “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que deveria fazer.”

Surpreendeu-se mais ainda. O evangelho como que o chamava a brios. Nervoso, inquieto, consultou pela terceira vez. E o Livro aberto exibiu o versículo vinte do capítulo doze, igualmente das lições de Lucas, em que a voz do Senhor solta esta frase:

- “Louco, esta noite pedirão tua alma… E o que tens ajuntado para quem será?”

João Lício fechou o volume com mãos trêmulas. Espantado, tangido no íntimo, encerrou a consulta. E, tomando o chapéu, saiu, procurando os amigos de modo a ver como poderia ajudar.

livro A Vida Escreve, de Hilário Silva, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira - capítulo 21

A MULHER E A RESSUREIÇÃO



·         Postado por adão de araujo em 8 abril 2012 às 9:30

Dois dias haviam decorrido sobre o doloroso drama do calvário, em cuja cruz de inominável martírio se sacrificara o Mestre, pelo bem de todos os homens. Penosa situação de dúvida reinava dentro da pequena comunidade dos discípulos. Quase todos haviam vacilado na hora extrema. O raciocínio frágil do ser humano lutava por compreender a finalidade daquele sacrifício. Por que Jesus se humilhara tanto assim, sangrando do dor, nas ruas de Jerusalém, submetendo-se ao rídículo e à zombaria? Por que o Divino Mestre deveria ser crucificado entre dois ladrões?

Enquanto essas questões eram examinadas, de boca em boca, a lembrança do Messias ficava relegada a plano inferiror, esquecida a sua exemplificação e a grandeza dos seus ensinamentos.

O Messias redivivo, porém, observava a imcompreensão de seus discípulos, como o pastor que contempla o seu rebanho assustado. Desejava fazer ouvida a sua palavra divina, dentro dos corações atormentados; mas, só a fé ardente e o ardente amor conseguem vencer os abismos de sombra entre a Terra e o Céu.

Foi então, quando na manhã do terceiro dia, a ex-pecadora Madalena se aproximou do sepulcro com perfumes e flores. Queria, ainda uma vez, aromatizar aquelas mãos inertes e frias; queria uma vez mais contemplar o Mestre adorado, para cobrí-lo com as lágrimas do seu amor purificado e ardoroso. No seu coração estava aquela fé radiosa e pura que o Senhor lhe ensinara e, sobretudo aquela dedicação divina, com que pudera renunciar a todas as paixões que a seduziam no mundo. Maria Madalena ia ao túmulo com amor e só o amor pode realizar os milagres supremos.

Estupefata, por não encontrar o corpo, já se retirava entristecida, para informar de que acontecera aos companheiros, quando uma voz carinhosa e meiga exclamou brandamente aos seus ouvidos:

- Maria!...

Ela pensou estar sendo advertida pelo jardineiro, mas, em breves instantes reconhecia a voz inesquecível do Mestre que lhe contemplava o inolvidável sorriso. Quis atirar-se-lhe aos pés, beijar-lhe as mãos num suave transporte de afetos, como faziam nas pregações do Tiberíades; porém, com um gesto de soberana ternura, Jesus a afastou, exclamando:

- Não me toques, porque ainda não fui a meu Pai que está nos Céus!...

Instintivamente, Madalena se ajoelhou e recebeu o olhar do Mestre, num transbordamento de lágrimas de inexdendível ternura. Era a promessa de Jesus que se cumpria. A realidade da ressurreição era a essência divina, que daria eternidade ao cristianismo.

A mensagem de alegria ressoou, então na comunidade inteira, Jesus ressucitara! O Evangelho era a verdade imutável. Em todos os corações pairava uma divina embriaguêz de luz e júbilos celestiais. Levantava-se a fé, renovava-se o amor, morrera a dúvida e reerguera-se o ânimo em todos os espíritos. Na amplitude da vibração amorosa, outros olhos puderam vê-lo e outros ouvidos lhe escutaram a voz dulçurosa e persuasiva, como nos dias gloriosos de Jerusalém ou de Cafarnaum.

Desde essa hora, a familia cristã se movimentou no mundo, para nunca mais esquecer o exemplo do Messias.

A luz da ressurreição, através da fé ardente e do ardente amor de Maria Madalena, havia banhado de clalridade intensa a estrada cristã, para todos os séculos derradeiros.

É por isso que os historiadores das origens do Cristianismo param, assombrados ante a fé profunda dos primeiros discípulos que se dispersaram pelo deserto das grandes cidades para a pregação da Boa Nova, e, observando a confiança serena em todos os mártires que se tem sacrificado na esteira infinita do Tempo pela idéia de Jesus, perguntam espantados,:

- Onde está o sábio da Terra que já deu ao mundo tanta alegria quanto a carinhosa Maria de Magdala?
(Texto extraído e adaptado para este espaço de o livro "Boa Nova").
FONTE- espiritbook

A CARIDADE DESCONHECIDA


    

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A conversação em casa de Pedro versava, nessa noite, sobre a prática do bem, com a viva colaboração verbal de todos.

Como expressar a compaixão, sem dinheiro? Por que meios incentivar a beneficência, sem recursos monetários? Com essas interrogativas, grandes nomes da fortuna material eram invocados e a maioria inclinava-se a admitir que somente os poderosos da Terra se encontravam à altura de estimular a piedade ativa, quando o Mestre interferiu, opinando, bondoso: — Um sincero devoto da Lei foi exortado por determinações do Céu ao exercício da beneficência; entretanto, vivia em pobreza extrema e não podia, de modo algum, retirar a mínima parcela de seu salário para o socorro aos semelhantes.

Em verdade, dava de si mesmo, quanto possível, em boas palavras e gestos pessoais de conforto e estímulo a quantos se achavam em sofrimento e dificuldade; porém, magoava-lhe o coração a impossibilidade de distribuir agasalho e pão com os andrajosos e famintos à margem de sua estrada.

Rodeado de filhinhos pequeninos, era escravo do lar que lhe absorvia o suor.

Reconheceu, todavia, que, se lhe era vedado o esforço na caridade pública, podia perfeitamente guerrear o mal, em todas as circunstâncias de sua marcha pela Terra.

Assim é que passou a extinguir, com incessante atenção, todos os pensamentos inferiores que lhe eram sugeridos; quando em contacto com pessoas interessadas na maledicência, retraía- se, cortês, e, em respondendo a alguma interpelação direta, recordava essa ou aquela pequena virtude da vítima ausente; se alguém, diante dele, dava pasto à cólera fácil, considerava a ira como enfermidade digna de tratamento e recolhia-se à quietude; insultos alheios batiam-lhe no espírito à maneira de calhaus em barril de mel, porquanto, além de não reagir, prosseguia tratando o ofensor com a fraternidade habitual; a calúnia não encontrava acesso em sua alma, de vez que toda denúncia torpe se perdia, inútil, em seu grande silêncio; reparando ameaças sobre a tranqüilidade de alguém, tentava desfazer as nuvens da incompreensão, sem alarde, antes que assumissem feição tempestuosa; se alguma sentença condenatória bailava em torno do próximo, mobilizava, espontâneo, todas as possibilidades ao seu alcance na defesa delicada e imperceptível; seu zelo contra a incursão e a extensão do mal era tão fortemente minucioso que chegava a retirar detritos e pedras da via pública, para que não oferecessem perigo aos transeuntes.

Adotando essas diretrizes, chegou ao termo da jornada humana, incapaz de atender às sugestões da beneficência que o mundo conhece.

Jamais pudera estender uma tigela de sopa ou ofertar uma pele de carneiro aos irmãos necessitados.

Nessa posição, a morte buscou-o ao tribunal divino, onde o servidor humilde compareceu receoso e desalentado.

Temia o julgamento das autoridades celestes, quando, de improviso, foi aureolado por brilhante diadema, e, porque indagasse, em lágrimas, a razão do inesperado prêmio, foi informado de que a sublime recompensa se referia à sua triunfante posição na guerra contra o mal, em que se fizera valoroso empreiteiro.

Fixou o Mestre nos aprendizes o olhar percuciente e calmo e concluiu, em tom amigo: — Distribuamos o pão e a cobertura, acendamos luz para a ignorância e intensifiquemos a fraternidade aniquilando a discórdia, mas não nos esqueçamos do combate metódico e sereno contra o mal, em esforço diário, convictos de que, nessa batalha santificante, conquistaremos a divina coroa da caridade desconhecida.


FONTE -  Espíritbook

do livro Jesus no Lar ditado pelo Espírito Neio Lúcio psicografado por Francisco Cândido Xavier

A ATUALIDADE DE KARDEC




·         Postado por Benoni Martins em 21 abril 2012 às 13:23

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A 31 de março de 1869 desencarnava Allan Kardec, em Paris, França, em plena atividade, "cuidando da obra de sua vida"- conforme ele mesmo a denomino - a Codificação da Doutrina Espírita. São 143 anos desde o decesso do missionário da Terceira Revelação. A obra que realizou, em estreita cooperação com a Espiritualidade Superior, pela sua natureza, pelo seu caráter e pela sua importância, alçou-o à condição de um dos maiores benfeitores da Humanidade e fiel discípulo do Cristo de Deus. Por isso, os Espíritas de todo o mundo procuram lembrar sua figura ímpar, em determinadas datas, especialmente de seu nascimento e a de seu regresso ao mundo espiritual. Mas a maior homenagem que o Espírita presta ao mestre é de todos os dias, ao estudar as obras que ele escreveu, ao meditar sobre as revelações dos Espíritos, ao apreciar as anotações lúcidas e precisas do sistematizador das idéias e ensinamentos vindos do Alto. "O Livro dos Espíritos" e as demais obras fundamentais da Nova Revelação encontram no codificador o equilíbrio e a segurança, a clareza da linguagem, o método expositivo profundamente didático, de forma a atender a todos os Espíritos, desde os mais simples até os mais intelectualizados. Assim, a síntese portentosa transmitida pela Espiritualidade aos homens, o Consolador prometido por Jesus, encontrou em Allan Kardec o intermediário preparado, o intérprete à altura da excepcional tarefa. O Espiritismo, termo criado por ele para designar a novel doutrina, está no mundo para marcar uma nova etapa na evolução do homem - a era do Espírito. Allan Kardec, o missionário do Espiritismo, diante da Doutrina insuperável que une a Fé à Razão e a Ciência `Religião, que acompanha indefinidamente o progresso absorvendo os novos conhecimentos, as novas realidades desveladas,estará sempre vinculado `atualidade, independentemente do transcurso do tempo, uma vez que as verdades eternas são intemporais