domingo, 20 de maio de 2012
A VOZ DO EVANGELHO
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FONTE - espiritbook
Esparramado
na poltrona, João Lício pensava. Sem dúvida, fora feliz nos negócios.
Enriquecera. Seu nome nos bancos indicava créditos de milhões.
Que
aceitava o Espiritismo, aceitava. Nenhuma Doutrina mais consoladora. Mas daí a
espalhar o que havia juntado, isso é que não.
Meditava,
assim, por haver recebido na véspera a solicitação de duzentos mil cruzeiros,
da parte de amigos, para salvar grande obra periclitante. Para o montante do
que possuía, a importância referida expressava migalha; entretanto, segundo
refletia, já havia feito o possível. Dera grandes somas. Custeara a compra de
vasto material. Cumprira com os preceitos da cooperação e da caridade.
Sentia-se exonerado de quaisquer compromissos.
Ainda
assim, ouvira dizer que o Evangelho respondia a consultas e resolveu
experimentar. Levantou-se. Procurou o Novo Testamento e, após recolhê-lo,
tornou a sentar-se.
Abriu
indiscriminadamente. E caiu-lhe aos olhos a sentença de Jesus, no versículo
dezenove do capítulo seis, das anotações do Apóstolo Mateus:
-
“Não ajunteis tesouros da Terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem e onde
os ladrões minam e roubam …”
Como
se houvesse recebido um choque, ponderou que o trecho não apresentava
significação para ele, porque sempre dera muito a todas as instituições de
caridade. Abriria outra vez. O Livro Divino, decerto, lhe reservava alguma
consolação.
Repetiu
o movimento e as páginas lhe mostraram o versículo dez do capítulo dezessete,
dos apontamentos de Lucas, em que Jesus assim se expressa:
-
“Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos
servos inúteis, porque fizemos somente o que deveria fazer.”
Surpreendeu-se
mais ainda. O evangelho como que o chamava a brios. Nervoso, inquieto,
consultou pela terceira vez. E o Livro aberto exibiu o versículo vinte do capítulo
doze, igualmente das lições de Lucas, em que a voz do Senhor solta esta frase:
-
“Louco, esta noite pedirão tua alma… E o que tens ajuntado para quem será?”
João
Lício fechou o volume com mãos trêmulas. Espantado, tangido no íntimo, encerrou
a consulta. E, tomando o chapéu, saiu, procurando os amigos de modo a ver como
poderia ajudar.
livro A Vida Escreve,
de Hilário Silva, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e
Waldo Vieira - capítulo 21
A MULHER E A RESSUREIÇÃO
Dois
dias haviam decorrido sobre o doloroso drama do calvário, em cuja cruz de
inominável martírio se sacrificara o Mestre, pelo bem de todos os homens.
Penosa situação de dúvida reinava dentro da pequena comunidade dos discípulos.
Quase todos haviam vacilado na hora extrema. O raciocínio frágil do ser humano
lutava por compreender a finalidade daquele sacrifício. Por que Jesus se
humilhara tanto assim, sangrando do dor, nas ruas de Jerusalém, submetendo-se
ao rídículo e à zombaria? Por que o Divino Mestre deveria ser crucificado entre
dois ladrões?
Enquanto
essas questões eram examinadas, de boca em boca, a lembrança do Messias ficava
relegada a plano inferiror, esquecida a sua exemplificação e a grandeza dos
seus ensinamentos.
O
Messias redivivo, porém, observava a imcompreensão de seus discípulos, como o
pastor que contempla o seu rebanho assustado. Desejava fazer ouvida a sua
palavra divina, dentro dos corações atormentados; mas, só a fé ardente e o
ardente amor conseguem vencer os abismos de sombra entre a Terra e o Céu.
Foi
então, quando na manhã do terceiro dia, a ex-pecadora Madalena se aproximou do
sepulcro com perfumes e flores. Queria, ainda uma vez, aromatizar aquelas mãos
inertes e frias; queria uma vez mais contemplar o Mestre adorado, para cobrí-lo
com as lágrimas do seu amor purificado e ardoroso. No seu coração estava aquela
fé radiosa e pura que o Senhor lhe ensinara e, sobretudo aquela dedicação
divina, com que pudera renunciar a todas as paixões que a seduziam no mundo.
Maria Madalena ia ao túmulo com amor e só o amor pode realizar os milagres
supremos.
Estupefata,
por não encontrar o corpo, já se retirava entristecida, para informar de que
acontecera aos companheiros, quando uma voz carinhosa e meiga exclamou
brandamente aos seus ouvidos:
-
Maria!...
Ela
pensou estar sendo advertida pelo jardineiro, mas, em breves instantes
reconhecia a voz inesquecível do Mestre que lhe contemplava o inolvidável
sorriso. Quis atirar-se-lhe aos pés, beijar-lhe as mãos num suave transporte de
afetos, como faziam nas pregações do Tiberíades; porém, com um gesto de soberana
ternura, Jesus a afastou, exclamando:
-
Não me toques, porque ainda não fui a meu Pai que está nos Céus!...
Instintivamente,
Madalena se ajoelhou e recebeu o olhar do Mestre, num transbordamento de
lágrimas de inexdendível ternura. Era a promessa de Jesus que se cumpria. A
realidade da ressurreição era a essência divina, que daria eternidade ao
cristianismo.
A
mensagem de alegria ressoou, então na comunidade inteira, Jesus ressucitara! O
Evangelho era a verdade imutável. Em todos os corações pairava uma divina
embriaguêz de luz e júbilos celestiais. Levantava-se a fé, renovava-se o amor,
morrera a dúvida e reerguera-se o ânimo em todos os espíritos. Na amplitude da
vibração amorosa, outros olhos puderam vê-lo e outros ouvidos lhe escutaram a
voz dulçurosa e persuasiva, como nos dias gloriosos de Jerusalém ou de
Cafarnaum.
Desde
essa hora, a familia cristã se movimentou no mundo, para nunca mais esquecer o
exemplo do Messias.
A
luz da ressurreição, através da fé ardente e do ardente amor de Maria Madalena,
havia banhado de clalridade intensa a estrada cristã, para todos os séculos
derradeiros.
É
por isso que os historiadores das origens do Cristianismo param, assombrados
ante a fé profunda dos primeiros discípulos que se dispersaram pelo deserto das
grandes cidades para a pregação da Boa Nova, e, observando a confiança serena
em todos os mártires que se tem sacrificado na esteira infinita do Tempo pela
idéia de Jesus, perguntam espantados,:
-
Onde está o sábio da Terra que já deu ao mundo tanta alegria quanto a carinhosa
Maria de Magdala?
(Texto extraído e adaptado para este espaço de o
livro "Boa Nova").
FONTE- espiritbook
A CARIDADE DESCONHECIDA
·
A
conversação em casa de Pedro versava, nessa noite, sobre a prática do bem, com
a viva colaboração verbal de todos.
Como
expressar a compaixão, sem dinheiro? Por que meios incentivar a beneficência,
sem recursos monetários? Com essas interrogativas, grandes nomes da fortuna
material eram invocados e a maioria inclinava-se a admitir que somente os
poderosos da Terra se encontravam à altura de estimular a piedade ativa, quando
o Mestre interferiu, opinando, bondoso: — Um sincero devoto da Lei foi exortado
por determinações do Céu ao exercício da beneficência; entretanto, vivia em
pobreza extrema e não podia, de modo algum, retirar a mínima parcela de seu
salário para o socorro aos semelhantes.
Em
verdade, dava de si mesmo, quanto possível, em boas palavras e gestos pessoais
de conforto e estímulo a quantos se achavam em sofrimento e dificuldade; porém,
magoava-lhe o coração a impossibilidade de distribuir agasalho e pão com os
andrajosos e famintos à margem de sua estrada.
Rodeado
de filhinhos pequeninos, era escravo do lar que lhe absorvia o suor.
Reconheceu,
todavia, que, se lhe era vedado o esforço na caridade pública, podia
perfeitamente guerrear o mal, em todas as circunstâncias de sua marcha pela
Terra.
Assim
é que passou a extinguir, com incessante atenção, todos os pensamentos
inferiores que lhe eram sugeridos; quando em contacto com pessoas interessadas
na maledicência, retraía- se, cortês, e, em respondendo a alguma interpelação
direta, recordava essa ou aquela pequena virtude da vítima ausente; se alguém,
diante dele, dava pasto à cólera fácil, considerava a ira como enfermidade
digna de tratamento e recolhia-se à quietude; insultos alheios batiam-lhe no
espírito à maneira de calhaus em barril de mel, porquanto, além de não reagir,
prosseguia tratando o ofensor com a fraternidade habitual; a calúnia não
encontrava acesso em sua alma, de vez que toda denúncia torpe se perdia,
inútil, em seu grande silêncio; reparando ameaças sobre a tranqüilidade de
alguém, tentava desfazer as nuvens da incompreensão, sem alarde, antes que
assumissem feição tempestuosa; se alguma sentença condenatória bailava em torno
do próximo, mobilizava, espontâneo, todas as possibilidades ao seu alcance na
defesa delicada e imperceptível; seu zelo contra a incursão e a extensão do mal
era tão fortemente minucioso que chegava a retirar detritos e pedras da via
pública, para que não oferecessem perigo aos transeuntes.
Adotando
essas diretrizes, chegou ao termo da jornada humana, incapaz de atender às
sugestões da beneficência que o mundo conhece.
Jamais
pudera estender uma tigela de sopa ou ofertar uma pele de carneiro aos irmãos
necessitados.
Nessa
posição, a morte buscou-o ao tribunal divino, onde o servidor humilde
compareceu receoso e desalentado.
Temia
o julgamento das autoridades celestes, quando, de improviso, foi aureolado por
brilhante diadema, e, porque indagasse, em lágrimas, a razão do inesperado
prêmio, foi informado de que a sublime recompensa se referia à sua triunfante
posição na guerra contra o mal, em que se fizera valoroso empreiteiro.
Fixou
o Mestre nos aprendizes o olhar percuciente e calmo e concluiu, em tom amigo: —
Distribuamos o pão e a cobertura, acendamos luz para a ignorância e
intensifiquemos a fraternidade aniquilando a discórdia, mas não nos esqueçamos
do combate metódico e sereno contra o mal, em esforço diário, convictos de que,
nessa batalha santificante, conquistaremos a divina coroa da caridade
desconhecida.
FONTE - Espíritbook
FONTE - Espíritbook
do livro Jesus no Lar ditado pelo Espírito Neio
Lúcio psicografado por Francisco Cândido Xavier
A ATUALIDADE DE KARDEC
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A 31 de março de
1869 desencarnava Allan Kardec, em Paris, França, em plena atividade,
"cuidando da obra de sua vida"- conforme ele mesmo a denomino - a
Codificação da Doutrina Espírita. São 143 anos desde o decesso do missionário
da Terceira Revelação. A obra que realizou, em estreita cooperação com a Espiritualidade
Superior, pela sua natureza, pelo seu caráter e pela sua importância, alçou-o à
condição de um dos maiores benfeitores da Humanidade e fiel discípulo do Cristo
de Deus. Por isso, os Espíritas de todo o mundo procuram lembrar sua figura
ímpar, em determinadas datas, especialmente de seu nascimento e a de seu
regresso ao mundo espiritual. Mas a maior homenagem que o Espírita presta ao
mestre é de todos os dias, ao estudar as obras que ele escreveu, ao meditar
sobre as revelações dos Espíritos, ao apreciar as anotações lúcidas e precisas
do sistematizador das idéias e ensinamentos vindos do Alto. "O Livro dos
Espíritos" e as demais obras fundamentais da Nova Revelação encontram no
codificador o equilíbrio e a segurança, a clareza da linguagem, o método
expositivo profundamente didático, de forma a atender a todos os Espíritos,
desde os mais simples até os mais intelectualizados. Assim, a síntese
portentosa transmitida pela Espiritualidade aos homens, o Consolador prometido
por Jesus, encontrou em Allan Kardec o intermediário preparado, o intérprete à
altura da excepcional tarefa. O Espiritismo, termo criado por ele para designar
a novel doutrina, está no mundo para marcar uma nova etapa na evolução do homem
- a era do Espírito. Allan Kardec, o missionário do Espiritismo, diante da
Doutrina insuperável que une a Fé à Razão e a Ciência `Religião, que acompanha
indefinidamente o progresso absorvendo os novos conhecimentos, as novas
realidades desveladas,estará sempre vinculado `atualidade, independentemente do
transcurso do tempo, uma vez que as verdades eternas são intemporais
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