terça-feira, 28 de outubro de 2014

ABRINDO OS OLHOS





Quando não há nada mais a ser dito, silencia.
Quando não há mais nada a ser feito,
permitas apenas ser, apenas estar
e fica na companhia do teu coração
e este indicará o momento apropriado para agires.
Quando a lentidão dos dias acomodar tua vontade,
enlaçando-te com os nós da intranqüilidade,
descansa e refaz tua energia.
Não há pressa,
a prioridade é que tu encontres novamente a tua essência
para que tenhas presente em ti a alegria de ser e estar.
Quando o vazio instalar-se em teu peito,
dando-te a sensação de angústia e esgotamento,
repara tua atenção
e encontra em ti mesmo a compreensão para este estado.
É necessário descobrirmo-nos em tais estados,
para que estes não se transformem no desconhecido,
no incontrolável.
Tudo pode ser mudado,
existe sempre uma nova escolha para
qualquer opção errada que tenhas feito.
Quando ouvires do teu coração
que não há nenhuma necessidade em te preocupares com a vida,
saibas que ele apenas quer que compreendas
que nada é tão sério a ponto de te perderes para sempre da tua divindade,
ficando condenado a não ver mais a luz que é tua por natureza.
Não te preocupes,
se estiveres atento a ti mesmo
verás que a sabedoria milenar está contigo,
conduzindo-te momento a momento
àquilo que realmente necessitas viver.
Confia e vai em teu caminho de paz.
Nada é mais gratificante
que ver alguém submergindo da escuridão
apenas por haver acreditado na existência da luz.
Ela sempre esteve presente...
Era só abrir os olhos...

Desconheço o autor

TIRADO  DO  ESPIRITBOOK
T

FLORES RARAS







Conta-se que havia uma jovem que tinha tudo, um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego que lhe rendia um bom salário e uma família unida.
O problema é que ela não conseguia conciliar tudo. O trabalho e os afazeres lhe ocupavam quase todo tempo e ela estava sempre em débito em alguma área. Se o trabalho lhe consumia tempo demais, ela tirava dos filhos, se surgiam imprevistos, ela deixava de lado o marido...
E assim, as pessoas que ela amava eram deixadas para depois até que um dia, seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente:
Uma flor muito rara, da qual só havia um exemplar em todo o mundo.
O pai lhe entregou o vaso com a flor e lhe disse: filha, esta flor vai lhe ajudar muito mais do que você imagina!
Você terá apenas que regá-la e podá-la de vez em quando, e, às vezes, conversar um pouquinho com ela. Se assim fizer, ela enfeitará sua casa e lhe dará em troca esse perfume maravilhoso. A jovem ficou muito emocionada, afinal a flor era de uma beleza sem igual.
Mas o tempo foi passando, os problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a sua vida, que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor.
Ela chegava em casa, e as flores ainda estavam lá, não mostravam sinal de fraqueza ou morte, apenas estavam lá, lindas, perfumadas. Então ela passava direto.
Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu. Ela chegou em casa e levou um susto!
A planta, antes exuberante, estava completamente morta, suas raízes estavam ressecadas, suas flores murchas e as folhas amareladas.
A jovem chorou muito, e contou ao pai o que havia acontecido.
Seu pai então respondeu: eu já imaginava que isso aconteceria, e, infelizmente, não posso lhe dar outra flor, porque não existe outra igual a essa. Ela era única, assim como seus filhos, seu marido e sua família.
Todos são bênçãos que o senhor lhe deu, mas você tem que aprender a regá-los, podá-los e dar atenção a eles, pois assim como a flor, os sentimentos também morrem.
Você se acostumou a ver a flor sempre lá, sempre viçosa, sempre perfumada, e se esqueceu de cuidar dela.
Por fim, o pai amoroso e sábio concluiu:
Filha! Cuide das pessoas que você ama!
***
E você, tem cuidado das flores raras que Deus lhe empresta, em forma de filhos, esposa, esposo, irmãos e outros familiares?
Lembre-se sempre que seus amores são flores únicas que lhe compete cuidar.
Problemas surgem. O trabalho pode ser feito mais tarde. Compromissos sociais podem ser adiados, mas os filhos dependem dos seus cuidados constantes para que não venham a fenecer...
Pense nisso!
Cada pessoa é uma flor única...
Não há no universo outra igual...
O Divino cultivador as deposita em nosso lar, confiando-as aos nossos cuidados.
E para que essas flores raras possam perfumar sempre o ambiente, ofertando-nos sua beleza, é preciso que as podemos de vez em quando, e as reguemos todos os dias com gotas de afeto e compreensão.
Pense nisso, mas pense agora!

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em mensagem que desconhecemos o autor, intitulada "A flor

TIRADA  DO  ESPIRITBOOK

DESESPERADA ESPERANÇA











Dra. Elizabeth Kübler-Ross realizou um trabalho belíssimo com pacientes terminais.
Seu livro "Sobre a morte e o morrer", já foi traduzido para dezenas de idiomas e recebeu inúmeros prêmios.
Em certo trecho da obra nos fala da esperança de seus pacientes e familiares:
"Ouvindo nossos pacientes em fase terminal, o que sempre nos impressionou foi que até mesmo os mais conformados, os mais realistas, deixavam sempre aberta a possibilidade de alguma cura;
de que fosse descoberto um novo produto, ou de que tivesse ‘êxito um projeto recente de pesquisa’.
O que os sustenta através dos dias, das semanas ou dos meses de sofrimento é este tipo de esperança.
É a sensação de que tudo deve ter algum sentido, que pode compensar, caso suportem por mais algum tempo.
Não importa que nome tenha, descobrimos que todos os nossos pacientes conservaram essa sensação que serviu de conforto em ocasiões especialmente difíceis.
Vimos que os conflitos relacionados à esperança provinham de duas fontes principais.
A primeira, e mais dolorosa, era a substituição da esperança pela desesperança, tanto por parte da equipe hospitalar, quanto por parte da família, quando a esperança ainda era fundamental para o paciente.
A segunda fonte de angústia provinha da incapacidade da família para aceitar o estágio final de um paciente.
Agarravam-se à esperança com unhas e dentes, quando o próprio paciente já se preparava para morrer, mas sentia que a família não era capaz de aceitar este fato."
Os pontos levantados pela estudiosa são fundamentais para o bom entendimento da esperança, e da compreensão do fenômeno da morte.
Esta sensação de que "tudo deve ter algum sentido" não é vã.
É, com certeza, o Espírito tendo acesso, mesmo que inconscientemente, aos planos maiores para sua existência, e à necessidade que carrega de passar por tal provação.
"Todo sofrimento tem uma causa." - eis a proposição budista.
"Toda causa que não se encontra nesta vida, certamente estará numa existência anterior." - eis a proposta espírita.
Todo sofrer tem caráter educativo, sendo de causa atual ou pretérita.
Por isso, o entendimento de que a dor sempre terá algum sentido, e de que o bem-passar por ela nos trará recompensa futura, faz-se indispensável para que não deixemos que a desesperança encontre guarida em nosso íntimo.
O "reino dos céus" prometido aos aflitos, na certeza feliz do Cristo, está na harmonia interior, nos aprendizados alcançados.
Na fé, na paciência, na resignação aprendidos através da tutela temporária da dor.
Tal consciência deve ser alcançada também pelos que ficam, pois esses são convidados a desenvolver o desapego, o altruísmo, e igualmente a fé.
Pensar no bem do outro, antes de pensar na dor da falta, da saudade, é lição clara proclamada pela desencarnação.
A morte é professora brilhante. Ensina quem vai, ensina quem fica.
A esperança é bálsamo doce, que aromatiza e prepara a alma dos que estão nos portões de partida. Dos que partem já, e dos que partirão mais tarde.
"O sol formou um veio de ouro.
Tão gracioso que meu corpo dói.
Acima, o céu brilha num azul intenso.
Convicto, sorri por algum engano.
O mundo cobre-se de flores, e parece sorrir.
Quero voar, mas para onde, a que altura?
Se as coisas podem florescer por entre arames farpados, por que não eu?
Não morrerei!"


Texto da Redação do Momento Espírita com base no cap. VIII do livro Sobre a morte e o morrer, de Elizabeth Kübler-Ross, ed. Martins Fontes e poema de autor desconhecido.


TIRADO  DO ESPIRITBOOK