sábado, 15 de novembro de 2014

UM JEITO DE ESCAPAR DO INFERNO







 
Mohandas Karamchand Gandhi foi um homem fabuloso e inesquecível.
Seu conhecimento sobre as leis de Deus é digno de nosso mais profundo respeito e admiração. 
 
Uma das mais belas passagens de sua vida é relatada com competência pelo cineasta britânico Richard Attenborough. 
 
O filme mostra a sangrenta guerra civil que se seguiu à divisão da Índia em Paquistão muçulmano e Índia hindu. 
 
As mortes só trouxeram retaliações e mais vítimas, até que Gandhi, líder espiritual respeitado por hindus e muçulmanos, iniciou um jejum e jurou que não comeria até que a matança terminasse, mesmo que isso significasse sua morte por inanição. 
 
Esse foi apenas um dos muitos jejuns de Gandhi defendendo a não-violência.
Um hindu enlouquecido visitou o Mahatma e, ao chegar aos pés da cama onde estava, atirou-lhe um pedaço de pão enquanto gritava: 
 
Eu já vou para o inferno e não quero a culpa da sua morte também em minha alma! Coma, por favor! 
 
Gandhi, sereno como sempre, replicou: 
 
Por que você vai para o inferno? 
 
O hindu tremia ao responder: 
 
Eu tinha um filho pequeno, mais ou menos deste tamanho, que foi assassinado pelos muçulmanos. Então, eu peguei a primeira criança muçulmana que consegui encontrar e a matei, arrebentando-lhe a cabeça contra uma parede. 
 
Gandhi fechou os olhos e chorou por dentro. 
 
Depois se recompôs, pois sabia da importância de seu papel perante aquele povo e, com esperança na voz, disse: 
 
Eu conheço um jeito de escapar do inferno. 
 
Muitos meninos agora estão sem os pais por causa da matança. Encontre um menino muçulmano, com mais ou menos este tamanho - repetindo o gesto feito pelo visitante há pouco – e o crie como se fosse seu. Adote-o. 
 
O homem desorientado estava admirado com a proposta, e tentava assimilá-la da melhor forma. Uma brisa de esperança chegou-lhe ao rosto. 
 
Porém, Gandhi não havia terminado sua fala: 
 
Atente apenas para um detalhe: você não deve esquecer que deverá criá-lo como um muçulmano. 
 
O hindu não estava preparado para aquela proposta. Era muito diferente de tudo que sentia, de tudo que pensava. Era uma proposta revolucionária.
Era a revolução da lei do amor, ensinada por Gandhi, de forma magistral. 
 
O homem caiu aos pés do mestre. A loucura abandonou seus olhos, que choravam copiosamente. 
 
Gandhi colocou as mãos na cabeça do hindu, abençoando-o do fundo de seu coração, desejando que ele pudesse aceitar seu novo caminho, o caminho para sair do inferno. 
 
Quando o hindu saiu, ele tinha um pouco de paz no coração, e uma proposta da lei do amor em suas mãos: proposta de perdão e de autoperdão. 
 
*   *   * 
 
Nada como o amor, em toda sua resplandecência, para nos libertar desse estado d’alma de inferno
 
Sim, já somos capazes de entender que o inferno não é um local delimitado no espaço, mas um estado d’alma temporário. 
 
Para alguns, desorientados e reincidentes nos mesmos erros, esse estado de espírito parece uma eternidade, mas essa dita eternidade dura apenas o tempo do aprendizado, o tempo do despertar para o amor. 
 
O amor cobre uma multidão de pecados, conforme tão bem afirmou o Apóstolo Pedro. 
 
A lei de causa e efeito abraça-se à lei da amorosidade e ambas, interligadas sempre, carregam-nos para a tão desejada felicidade. 
 
Redação do Momento Espírita

Fonte: blog "Luz e Vida"

ESPIRITBOOK

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