sábado, 21 de março de 2015

HAJA O QUE HOUVER... EU ESTAREI SEMPRE COM VOCÊ..


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Na Romênia, um homem dizia sempre a seu filho: 

- Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado. 

Houve, nesta época um terremoto de intensidade muito grande, que quase alisou as construções lá existentes nesta época. 

Estava nesta hora este homem em uma estrada. Ao ver o ocorrido, correu para casa e verificou que sua esposa estava bem, mas seu filho nesta hora estava na escola. 

Foi imediatamente para lá. E a encontrou totalmente destruída. Não restou, uma única parede de pé.

Tomado de uma enorme tristeza ficou ali ouvindo, a voz feliz de seu filho e sua promessa. (não cumprida) 

"Haja o que houver: eu estarei sempre a seu lado". 

Seu coração estava apertado e sua vista apenas enxergava a destruição. A Voz de seu filho e sua promessa não cumprida, o dilaceravam. Mentalmente percorreu inúmeras vezes o trajeto que fazia diariamente segurando sua mãozinha. 

O portão (que não mais existia); Corredor. Olhava as paredes, aquele rostinho confiante: Passava pela sala do 3º ano, virava o corredor e o olhava ao entrar. Até que resolveu fazer em cima dos escombros, o mesmo trajeto. Portão Corredor Virou a direita 

E parou em frente ao que deveria ser a porta da sala. Nada! Apenas uma pilha de material destruído. Nem ao menos um pedaço de alguma coisa que lembrasse a classe. Olhava tudo desolado.

E continuava a ouvir sua promessa.

"Haja o que houver, eu sempre estarei com você''. 

E ele não estava.

Começou a cavar com as mãos.

Nisto chegaram outros pais, que embora bem intencionados, e também desolados, tentavam afastá-lo de lá dizendo: 

- Vá para casa. Não adianta, não sobrou ninguém. 

- Vá para casa. 

Ao que ele retrucava:
 
- Você vai me ajudar?  

Mas ninguém o ajudava, e pouco a pouco, todos se afastavam. Chegaram os Policiais, que também tentaram retirá-lo dali, pois viam que não havia chance de ter sobrado ninguém com vida. Haviam outros locais com mais esperança. 

Mas este homem não esquecia sua promessa ao filho, a única coisa que dizia para as pessoas que tentavam retirá-lo de lá era: 

- Você vai me ajudar? 

Mas eles também o abandonavam. Chegaram os bombeiros, e foi a mesma coisa.

- Saia daí, não está vendo que não pode ter sobrado ninguém vivo? Você ainda vai por em risco a vida de pessoas que queiram te ajudar pois continuam havendo explosões e incêndios.

Ele retrucava: 

- Você vai me ajudar? 

- Você está cego pela dor não enxerga mais nada. Ou então é a raiva da desgraça. 

- Você vai me ajudar? 

Um a um todos se afastavam. 

Ele trabalhou quase sem descanso, apenas com pequenos intervalos, mas não se afastava dali. 5, 10, 12, 22, 24,30 horas.

Já exausto, dizia a si mesmo que precisava saber se seu filho estava vivo ou morto.

Até que ao afastar uma enorme pedra, sempre chamando pelo filho, ouviu:

- Pai estou aqui! 


Feliz fazia mais força para abrir um vão maior e perguntou: 

- Você está bem? 

- Estou. Mas com sede, fome e muito medo. 

- Tem mais alguém com você? 

- Sim, dos 36 da classe 14 estão comigo estamos presos em um vão entre dois pilares. Estamos todos bem. 

Apenas conseguia se ouvir seus gritos de alegria. 

- Pai, eu falei a eles: Vocês podem ficar sossegados, pois meu pai irá nos achar. Eles não acreditavam, mas eu dizia a toda hora. Haja o que houver, meu pai, estará sempre a meu lado.

- Vamos, abaixe-se e tente sair por este buraco.

- Não! Deixe eles saírem primeiro Eu sei que haja o que houver você estará me esperando! 


D.A. 
 
 * * *
 
"O valor dos grandes homens mede-se pela importância dos serviços prestados à humanidade."

Voltaire


 Extraído  do  ESPIRITBOOK

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