sexta-feira, 7 de março de 2014

DOIS CAMINHOS












É fácil saber se uma pedra foi retirada de um rio ou se foi quebrada em uma pedreira. As de pedreira apresentam muitas quinas, são ásperas e irregulares, agressivas ao tato. As pedras de rio são lisas e roliças, já sofreram um polimento natural. Ao longo do tempo, a correnteza das águas vai se encarregando de atirá-las umas contra as outras, para arredondar-lhes as arestas. Na medida em que vão se tornando polidas, vai sendo reduzido o atrito entre elas, já não se ferem, deslizam harmoniosamente umas entre as outras, como esferas lubrificadas de um rolimã.
O processo evolutivo espiritual das criaturas humanas pode ser comparado ao do burilamento das pedras de rio. O Espírito é criado puro e ignorante. Puro, porque não traz qualquer tendência para o mal. ignorante, porque não adquiriu ainda qualquer conhecimento. Ao longo das reencarnações sucessivas, a correnteza da vida também nos atira uns contra outros: somos levados a conviver entre semelhantes. Em nossa infância espiritual, ainda como pedras-brutas, essa convivência é marcada pelo atrito entre nossas arestas. A rusticidade do homem das cavernas nos mostra o que foram nossas primeiras encarnações; o instinto animal predominando sobre a razão e o sentimento, a matéria sobre o Espírito, o estado de guerra como condição permanente.
Passaram-se séculos e milênios, abandonamos as cavernas, participamos da construção, do apogeu e da queda de diferentes impérios, vivenciamos diversas culturas. Com as conquistas da ciência, domesticamos a natureza, transformamos a paisagem ao nosso redor, descobrimos como tornar a existência mais confortável. Observando, no entanto, nosso mundo interior, nos deparamos com a presença incômoda e persistente de imperfeições atávicas, paleolíticas. A História nos revela que, mesmo após deixar as cavernas, o homem conservou traços do troglodita em sua intimidade espiritual. Pois foi nossa ignorância rústica que, diante da vacilação de Pilatos, exigiu o martírio do doce Jesus. Foram nosso orgulho e nosso egoísmo que produziram as guerras, os massacres das Cruzadas, as fogueiras da Inquisição e os horrores da Escravatura. Ingênuos os que supõem que não estavam lá. Assim, ao longo desses séculos, avançamos muito mais no progresso material, exterior, do que a jornada ética, íntima, do Espírito.
"A evolução espiritual é contínua, não regride nunca, mas pode ser retardada em seu processamento se não se aproveitar bem a oportunidade que Deus concede ao Espírito reencarnante." (FEB, Currículo para as Escolas de Evangelização). Viver em sociedade é aspecto essencial desta oportunidade. Freqüentemente nos sentimos inconformados por termos de conviver com pessoas que nos aborrecem, nos irritam, nos são antipáticas, mas essa convivência é um dos processos naturais de nosso burilamento. Tais pessoas são indispensáveis: elas nos incomodam exatamente em nossos pontos mais fracos, mais sensíveis, e nos apontam, portanto, quais são esses pontos, quais são nossas piores arestas: os que precisam de ajuda incomodam ao nosso egoísmo, os que julgamos melhores que nós nos ferem a vaidade e o orgulho, e assim por diante. Cada conflito é um alerta e um roçar polidor de arestas. Quanto mais ásperos somos, mais dolorosos são os atritos, pois a dor é conseqüência de nossos atos de desamor para com o próximo, nesta ou em outras existências.
Diferentemente das pedras, entretanto, a criatura humana, sendo dotada de inteligência, consciência e livre-arbítrio, pode escolher caminho evolutivo menos doloroso. Jesus nos aponta o rumo: amarmo-nos uns aos outros. Nenhum de nós Foi criado para sofrer e o amor pode livrar-nos da dor, pois ele nos "cobre a multidão dos pecados" (1 Pedro IV, 8).
A evolução é lei universal e irrevogável, mas dois caminhos nos são oferecidos para percorrê-la: dor ou amor. A prática do amor proporciona polimento indolor em nossas almas, suaviza-nos as arestas, desenvolve-nos o altruísmo, harmoniza nossa convivência com os semelhantes. A decisão é sempre nossa.
Autoria:Maurício Roriz
Revista Espírita Allan Kardec, nº 39.

FONTE -  ESPIRITBOOK

O TRÍPLICE ASPECTO DA DOUTRINA ESPÍRITA








A Filosofia Espírita prima sempre pelo equilíbrio, e não pelos extremismos alienantes da rebeldia arrogante, que insulta e violenta a todos com o disparatar do verbalismo inflamado, a incendiar com a discórdia o campo da paz.
O Movimento Espírita Brasileiro está sendo agitado, por abusos cometidos pelos pseudo-sábios espíritas, que disseminam absurdos à mancheias. Os fluidistas são estudiosos da obra de Roustaing e os laicistas adversários dos roustainguistas.
Lamentavelmente com esse bate-boca, Kardec é colocado em segundo plano, ou, o que é pior, esquecido.
Fazer do espiritismo meio de dissensão é, sem dúvida nenhuma, um absurdo dos mais grosseiros. Allan Kardec, o mestre por excelência, mostrou que a educação espírita se faz de forma integral com Jesus, aliás, esse é o pensamento que dá base a toda Doutrina Espírita. Então por que toda essa algaravia em torno de Jesus?
A religião Espírita é natural, está na Natureza, porque é aonde encontramos as leis de Deus, que também está em nossa consciência. Não vai levar a nada os formalismos farasaístas, e nem a indiferença daqueles que propagam um Espiritismo sem Jesus.
Na introdução de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, Kardec em suas primeiras palavras, declara com sabedoria:
“Podem dividir-se em cinco partes as matérias nos Evangelhos: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas; e o ENSINO MORAL. As quatro primeiras têm sido objeto de CONTROVÉRSIAS: a última porém, conservou-se constantemente INATACÁVEL. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sobre o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais constituiu MATÉRIA DAS DISPUTAS RELIGIOSAS, que sempre e por toda parte se originam das questões dogmáticas. Aliás, se discutissem, nele teriam as seitas encontrado a sua própria CONDENAÇÃO, visto que, na MAIORIA, elas se agarram mais à parte MÍSTICA do que à parte MORAL, QUE EXIGE DE CADA UM A REFORMA DE SI MESMO.”
Sublinhamos algumas palavras que, é bem possível, tenham passado despercebidas daqueles que pretendem, fazer da Doutrina Espírita, um angu de caroço.
Nem oito, nem oitenta, o Espiritismo deve ser o fiel da balança das leis morais e deixar as carolices ou impertinências dos ideólogos quixotescos que pensam revolucionar o mundo, no disparatar acidulante da verborragia desvairada no matraquear desnecessário dos propagadores da discórdia.
Vamos botar a mão na consciência e lembrar que as leis de Deus, estão escritas em nossa consciência e não esquecer, que Jesus continua senso “o tipo mais perfeito” que ele é para toda humanidade, o guia e modelo que todos devemos seguir.
E para encerrar:
“Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.”
Autoria: Bernardino da Silva Moreira
(Publicado no CORREIO FRATERNO DO ABC, Ano XXXIV, Nº 385, Fevereiro de 2003)



FONTE -  ESPIRITBOOK

A VIDA NÃO É ISTO















Considerando o regime comum e generalizado de sofrimento sob o qual vive o homem, somos levados a concluir, num primeiro impulso, que a vida é isso que vemos; que essa é a sua condição normal; que além dela somente existe Deus e a sua misericórdia.
Mas tal concepção é um erro por que a verdadeira vida do espírito é alegria e não trsiteza, esplendores de luz e não sombras, bem aventurança e não amargura. Realmente é da misericórdia de Deus que recebemos nosso quinhão de felicidade, mas essa felicidade é a condição mormal do espírito em quase a totalidade de sua trajetória e não uma exceção, feita a uns e outros, em dados casos.
Se, duma parte, compreendemos que este estado de coisas atual, e todo o passado que o antecedeu, resulta de ferrenha imperfeição moral do espírito – que vem das trevas do pecado para as claridades da libertação -; e que Deus se utiliza do látego da dor para arrancar as almas de sua inércia primitiva e revelá-las como criações divinas votadas ao bem e destinadas à luz; se, por isso mesmo, chegamos à compreensão de que o sofrimento é, portanto, um bem, nem por isso todavia nos devemos votar à sua mística, entronizá-lo em nossos corações, amá-lo passivamente, como muitos recomendam mas, ao contrário; reagir com todas as forças para afastá-lo de nossos caminhos, vizando dias e condições melhores.
Porque além destas barreiras escuras, que nos fecham os horizontes atuais, brilham estrelas e sóis, iluminando mundos acolhedores e benévolos.
Se examinarmos as religiões e as filosofias que o homem criou ou adotou desde quando adquiriu a faculdade da razão, veremos que apontam sempre céus radiosos à visão entenebrecida e à esperança sempre viva das multidões padecentes.
E o próprio Cristo, síntese de luz e divindade, se é certo que moveu seus passos através de sombras e dores, ensinando e exemplificando a humildade e a renúncia, como escudos aos males invitáveis, todavia, também nos advertiu que seu reino ainda não era deste mundo e que receberia-mos a compensação de todo o esforço dispendido no caminho das provas.
O espetáculo deste mundo em verdade não é nada animaor, nem o foi nunca; e isso deu margem a que pensadores autorizados criassem escolas e doutrinas pessimistas; não compreenderam que isso resultava da obstinação humana em mudar de rumo e também deste outro, mais fundamental, de estarem encarando uma visão isolada, puramente humana, local e não universal, considerando o homem de um só ponto de sua tragetória e não projetado em todo panorama evolutivo.
Por isso essas escolas devem ser desprezadas, não propriamente por erroneas mas por insuficientes.
O sofrimento é uma condição natural do ser humano nas primeiras etapas de sua jornada; mas fora desses limites é uma anormalidade, uma quase impossibilidade porque o homem eterno esse vive para a felicidade.
Por isso todos os instintos dormentes no seu coração; toda inspiração que lhe bafeja o pensamento; toda intuição que fulge rápida no seu íntimo, tudo brada por alegria, luz e paz.
Há no fundo do ser uma repulsa natural e instintiva pelas trevas, dores e amarguras, repulsa que é uma força ancestral ligada ao Cosmo e que impele sempre para coisas melhores.
Se a vida fosse somente isso que vemos melhor seria então que não houvessemos sido criados; mas felizmente as imperfeições, são estados transitórios e somente a luz e o bem são realidades definitivas.
Basta considerar que no universo a harmonia é lei soberana e suas manifestações são sempre de beleza e grandiosidade.
Apesar de ser este um mundo de provas para retardados, há sempre por toda a parte flores e paisagens, errebois e melodias, luzes e perfumes e somente os atos humanos destroem a transcendente harmonia, quebram a suavidade do ritmo, borram de negro a brancura da superfície.
O sol aquece a todos indistintamente; a terra sem repouso devolve ao homem centuplicadamente o fruto do seu trabalho; todo esforço justo produz resultados compensadores e o curso incessante das renovações apaga nas própias almas, com o tempo, os últimos resquícios da inferioridade.
O espetáculo da natureza, em comparação ao drama da vida humana, vale como uma amostra, uma antevisão dessas coisas melhores, dessa vida mais perfeita existente algures.
Paguemos, portanto, ao mal, nosso tributo inevitável, mas não nos deixemos engolir na sugestão errônea de sua universalidade.
Porque nosso mundo não é este.
Nossa vida não é esta.
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O homem puxou sempre para traz, na sua indesculpável obstinação; atrazou sempre a sua marcha – que podia ter sido bem mais rápida -; retardou a eclosão de suas possibilidades de melhoria, seja se acomodando e perpetuando vícios de sua natureza inferior, negligenciando seu expurgo, seja desprezando as faculdades boas, que sempre se esforçaram por vir à tona de sua própria consciência. Tapou os ouvidos às harmonias eternas; fechou o coração aos apelos dos sentimentos puros e negou atenção às inspirações e intuições superiores que lhe apontavam o verdadeiro caminho. Desta forma alimentou o sofrimento, endossou sua cidadania, e assim permanece; mas as leis da evolução seguem seu curso e, mais hoje masi amanhã, prevalecerão, fazendo sentir seu peso ao caminheiro recalcitrante.
Ajudemos, pois, o destino no seu esforço benéfico e felizes serão aqueles que, desde já, se disponham a combater pela sua emancipação descendo resolutos e deliberados ao campo das lutas espirituais.
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Mas nesse campo só venceremos se formos idealistas e possuirmos energias internas que mantenham sempre acesas as chamas do sacrifício; se nos libertarmos do preconceito e da trama inescrincável das inferioridades, em que nós próprios nos enredamos, desde que vivemos.
Rompendo com o mundo das formas e das convenções inibidoras faremos cessar nosso abastardamento, ganharemos liberdade e nos afirmaremos, como espíritos emancipados que escolheram e demarcaram por si mesmos seus caminhos.
É preciso coragem moral para fazer isso, mas esta virtude se conquista quando se dá o primeiro passo nesse sentido e quando se verifica que esse é o único meio de avançar com desembaraço, rapidez e segurança.
Ela nos vem também quando compreendemos que o fim da vida não é entronizar o homem pelo homem, exigir privilégios sem merecê-los e imaginar que a criação toda gira a seu redor, como cenário de sua grandeza; pensar que o fim da vida é o exercício e a expansão dos próprios sentimentos inferiores quando, ao contrário, deve ser sua extinção; não perceber, enfim, que seu motivo é glorificar a Deus, evoluindo na conquista gradativa de sentimentos cada vez mais puros e na prática de atos afins com as manifestações da prórpia divindade.
O homem, no seu miserável orgulho, tem Deus como um motivo de culto externo, à parte dele mesmo, e não como sua própria razão de ser e de existir; concorda com o império de Deus desde que, porém possa ele mesmo manter também seu próprio império.
Por isso a trama do que é humano o escraviza e o circulo vicioso se perpetua; por isso o sofrimento não se vai e domina soberano, como um senhor invencível no seu trono.
Mas quando a vítima resolver se libertar fa-lo-á sem a menor dúvida e se surpreenderá mesmo da rapidez do seu triunfo porque, nessa hora todas as forças vivas e benéficas da criação correrão em seu auxílio.
Para que o mal não triunfe sobre o bem, como nunca triunfou; para que o lutador se vença a si mesmo; para que o peregrino encontre afinal o Caminho, a Verdade a Vida.
Edgard Armond
Fonte: Cultura Espírita


A VIDA NÃO CESSA













A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro das ilusões.
O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso. Copiando-lhe a expressão, a alma -percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o Oceano Eterno da Sabedoria.
Cerrar os olhos carnais constitui operação demasia-damente simples.
Permutar a roupagem física não decide o problema fundamental da iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções profundas do destino e do ser.
Oh! caminhos das almas, misteriosos caminhos do coração! É mister percorrer-vos, antes de tentar a suprema equação da Vida Eterna! É indispensável viver o vosso drama, conhecer-vos detalhe a detalhe, no longo processo do aperfeiçoamento espiritual!...
Seria extremamente infantil a crença de que o simples "baixar do pano" resolvesse transcendentes questões do Infinito.
Uma existência é um ato
Um corpo — uma veste
Um século — um dia
Um serviço — uma experiência
Um triunfo — uma aquisição
Uma morte — um sopro renovador.
Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos trunfos, quantas mortes necessitamos ainda?
E o letrado em filosofia religiosa fala de deliberações finais e posições definitivas'
Ai! por toda parte, os cultos em doutrina e os analfabetos do espirito!
É preciso muito esforço do homem para ingressar na academia do Evangelho do Cristo, ingresso que se verifica, quase sempre, de estranha maneira — ele só, na companhia do Mestre, efetuando o curso difícil, recebendo lições sem cátedras visíveis e ouvindo vastas dissertações sem palavras articuladas
Muito longa, portanto, nossa jornada laboriosa. Nosso esforço pobre quer traduzir apenas uma idéia dessa verdade fundamental. Grato, pois, meus amigos!
Manifestamo-nos, junto a vos outros, no anonimato que obedece à caridade fraternal A existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade. Aliás, não nos interessaria, agora, senão a experiência profunda, com os seus valores coletivos. Não atormentaremos alguém com a idéia da eternidade. Que os vasos se fortaleçam, em primeiro lugar. Forneceremos, somente, algumas ligeiras notícias ao espírito sequioso dos nossos irmãos na senda de realização espiritual, e que compreendem conosco que "o espírito sopra onde quer".
E, agora, amigos, que meus agradecimentos se calem no papel, recolhendo-se ao grande silêncio da simpatia e da gratidão. Atração e reconhecimento, amor e júbilo moram na alma. Crede que guardarei semelhantes valores comigo, a vosso respeito, no santuário do coração.
Que o Senhor nos abençoe.
 



Chico Xavier - André Luiz



FONTE - ESPIRITBOOK

segunda-feira, 3 de março de 2014

VIVEMOS POR AÍ











Vivemos por aí bebendo da auto-ilusão de termos controle sobre tudo e todos...
Nas últimas duas décadas, a questão da fidelidade é pauta das conversas e discussões em nossos relacionamentos, sendo sua base centrada na confiança que temos no outro, e principalmente quando desenvolvemos a consciência de estarmos num encontro sagrado, Uno.
Na maioria dos relacionamentos, esta consciência não existe.
Movidos pelo desejo do ego, passamos a exigir do outro fidelidade, quando deveríamos ser educados para uma relação rica e abundante movida pela vontade.
Se tivéssemos consciência para a realização do encontro sagrado, a fidelidade não existiria nem mesmo no dicionário.
Ao retomarmos a história da humanidade, podemos constatar o quanto nos influenciou o comportamento de nossos antepassados.
Nossa educação centrada no poder, no domínio e no querer somente para si, gerou o caos no qual estamos inseridos atualmente.
Vivemos um dos momentos mais interessantes da humanidade e temos a oportunidade de transformar toda a nossa história herdada, e para esta realização ser efetivada o encontro sagrado é a essência de um mundo melhor.
Precisamos urgente, nos conscientizar que fomos manipulados por milênios e com isto adquirimos maus hábitos em nossas vidas para o detrimento das relações humanas.
Mas, como tudo é perfeito no todo indivisível, oportunidades nos são oferecidas para retirarmos todos os nossos medos, e a principal chave é o Amor.
Somente com ele manifestado e alimentado no encontro com outro em plenitude e liberdade, transmutaremos os valores impostos, abrindo a porta para a harmonia entre os gêneros.
Esquecemos que, para a manifestação da beleza una da Luz Criadora, foi necessário o encontro das duas polaridades.
Nesse esquecimento, passamos a acreditar que poderíamos como único gênero dominante reproduzir artificialmente esta luz.
Criamos a separação entre os gêneros, onde quem domina é que dita as regras e, caso o dominado não corresponda, partimos à procura de um outro que corresponda às necessidades do desejo.
Pois bem, vale um dito popular: quem procura, acha... Sarna para se coçar.
Todo início de um relacionamento é novidade, apresentamos as nossas mais nobres qualidades e assumimos fidelidade ao parceiro.
No decorrer, passamos a enfrentar o estranho espelho de toda herança recebida e começamos a nos ver com todas as neuroses, mesquinharias, fraquezas e imposturas, imputando ao outro culpas por a relação não estar mais fluindo, quando na realidade somos nós que não queremos nos ver no outro.
E, assim, sem o merecido aprofundamento de nós mesmos, perdemos a visão do encontro sagrado que nos foi divinamente sincronizado, para transmutar toda a herança de negatividade.
O que nos impede de termos uma relação de fidelidade que nos trará as respostas para efetivar este encontro sagrado? O poder, a posse, o domínio no qual fomos inseridos pelos sistemas que regeram e regem a humanidade por milênios geraram o nosso medo, e passamos a esconder todas nossas fraquezas e ignorância.
Por medo dessas máscaras, passamos a querer para si o outro, de estar no controle, de poder sobre o outro, nos transformamos em adversários, e constatamos hoje que não é mais possível caminharmos desta forma nos desrespeitando como seres complementares.
Está chegada a hora de sermos honestos conosco em primeiro lugar e admitirmos que falhamos no caminho para o encontro sagrado.
O perdão é a chave, nos perdoando e juntos caminharmos na transmutação das nossas culpas.
Onde estamos recusando a ceder controle? - Onde temos que nos entregar?
Ao entregarmo-nos na sincronicidade divina, se faz necessário o mergulho no encontro sagrado com o outro para revelarmos a essência de Luz e Amor.
Amar incondicionalmente é o sentimento para o qual temos que nos entregar se quisermos realmente ser seres íntegros para obtermos uma relação saudável e rica em transformações humanas.
Porém, manipulamos a palavra e passamos a utilizá-la como sendo um sentimento que temos por pessoas desvinculadas sexualmente de nós; é o amor de mãe, pai, irmãos, filhos, amigos e de pessoas em prol de serviços humanitários, quando na realidade a base fundamental da sociedade é o casal, uno, e ele que deve alimentar o verdadeiro amor incondicional a partir de sua relação una, onde cada qual cresce e evolui individualmente, alimentando um ao outro para eliminação deste medo.
Onde estamos recusando a ceder controle para a força da Luz Criadora do encontro sagrado? Por medo, recusamos assumir a nossa responsabilidade como partes fragmentadas do divino, cedendo a ele não vivenciamos a experiência do encontro sagrado.
Na união consciente com o outro, nos transformamos em assistentes da Luz criadora, influenciando e estimulando numa escala além de nós mesmos.
Onde ainda estamos sob a ilusão de que estamos no controle?
O sistema vigente nos ofereceu uma infinidade de opções materiais, passamos a valorizar as máscaras adquiridas em nossa trajetória.
E, a cada máscara, acrescentamos mais caos em nossas relações amorosas, nos iludindo que o problema está única e exclusivamente na máscara do outro, quando na realidade ela é partilhada, e por ambos deveria ser retirada.
Necessitamos de coragem para realizarmos o parto, trazendo à luz o Ser Divino.
Como que estamos bloqueando a nós mesmos a cumprir o nosso próprio destino?
O medo nos bloqueia em realizarmos o grande parto, dele ressurgirá a nossa essência luz e gerará o Ser Divino.
Este parto nos provocará muita dor, são dogmas, conceitos, preconceitos, convicções que devem ser transmutadas, mas ele terá que ser realizado, e devemos resgatar a nossa vontade primordial em expressar o nosso ser com o outro para tornar o Ser Divino uma realidade em benefício, inclusive, de toda a humanidade.
Como sabemos que estamos num encontro sagrado e ressurgir dele no Ser Divino?
O encontro sagrado ocorre não na procura do outro, ele é sincronizado pela Luz criadora quando dele merecedores, ele se dá de uma forma natural.
O mito de Eros é a ferramenta com a qual nos descobrimos num encontro sagrado.
É o destino mais raro e seguramente o mais magnífico que Eros criou para os seres humanos: consiste em que o outro permaneça como um intermediário humano, uma imagem translúcida daquilo que trazemos em nossa essência.
Ser com o outro significa como o quase único que vence as mais profundas contradições da vida: estar ali onde, para ambos, está o Divino e compartilhar a fim de aprofundá-lo a tal ponto que passamos a conceber-nos no outro, consagrando assim o engendrar humano.
O ser com o outro é o protetor que nunca nos deixará perder o nosso ser diante do que quer que seja protetor inclusive do ser frente ao outro.
©MM

FONTE - ESPIRITBOOK

A ARTE DA IMPERFEIÇÃO












Algumas pessoas são conhecidas como perfeccionistas. O vocábulo significa pessoa que tem a tendência obsessivamente exagerada para atingir a perfeição naquilo que faz.

Realizar o melhor no que se faça é qualidade elogiosa. Contudo, quando beira à obsessão, traz infelicidade à pessoa e aos que convivem com ela.

Se for alguém com cargo de chefia, bastante complicado será conseguir uma equipe de trabalho que consiga atender as suas exigências.

No trato doméstico, por sua vez, difícil será lhe atender às expectativas, pois nunca a roupa estará impecável como deseja, ou a comida com o exato sabor, ou os móveis com total ausência do mínimo pó.

A pessoa acaba por gerar em torno de si um halo de antipatia e má vontade porque, de antemão, todos já sabem que, por mais se esforcem, nunca alcançarão o grau de perfeição por ela idealizado.

Conta-se que, no século X, o jovem Rikyu queria aprender os complicados rituais da cerimônia do chá e procurou o grande mestre Takeno Joo. Para poder aceitar o rapaz, era necessário submetê-lo a um teste.

Então, o mestre mandou que ele varresse o jardim. Rikyu limpou o jardim até que não restasse nem uma pequena folha fora do lugar.

Ao terminar, examinou cuidadosamente cada centímetro da areia do impecável jardim. Cada pedra estava em seu lugar e todas as plantas estavam perfeitamente ajeitadas.

Porém, antes de apresentar o resultado ao mestre, Rikyu chacoalhou o tronco de uma cerejeira e fez caírem algumas flores que se espalharam, displicentes, pelo chão.

Mestre Joo, impressionado, admitiu o jovem no seu mosteiro.
Rikyu tornou-se um grande mestre do chá e, desde então, é reverenciado como aquele que entendeu a essência do conceito de Wabi Sabi: a arte da imperfeição.

Perceber a beleza que se esconde nas imperfeições do mundo é uma arte. Os tapetes persas sempre ostentam um pequeno erro, um minúsculo defeito, com o objetivo de lembrar a quem olha de que só Deus é perfeito.

Assim é a condição humana, e a arte da imperfeição começa quando aprendemos a reconhecê-la e aceitá-la.

A sabedoria está em saber viver no mundo, em harmonia com o mundo, respeitando tudo e todos.

Perceber a Sabedoria Divina na diversidade das cores na natureza e na pele dos homens.

Por isso, cada criatura é especialmente única em termos de sentimentos e qualidades. Ninguém é igual ao outro, como na natureza, nenhuma folha é exatamente igual à outra.

Isso fala da grandeza de Deus. Isso nos convida a sermos compreensivos com as qualidades do próximo que nos serve, que convive conosco, que nos ama.

Apreciar a peraltice da criança inquieta, o andar lento e descompassado de quem venceu os anos e avança no novo século, de quem tem a agilidade do vento, de quem traz a cabeça mergulhada em sonhos.

Vivamos, portanto, no mundo, amando, servindo e investindo em nosso aperfeiçoamento moral.

E aprendamos a olhar as pessoas como sendo as flores da cerejeira caídas de forma displicente, bordando delicadamente o verde gramado, com a certeza de que elas conferem a verdadeira beleza a esse imenso jardim de Deus, chamado Terra.

Redação do Momento Espírita

FONTE -  ESPIRITBOOK

ORAÇÃO PARA CONSAGRAÇÃO DO LAR



















ORAÇÃO PARA CONSAGRAÇÃO DO LAR




Dentro do Círculo Infinito da
Divina Presença que me envolve
inteiramente, afirmo:
Há uma só presença
aqui: é a da Harmonia, que faz
vibrar todos os corações de felicidade
e alegria. Quem quer que aqui entre,
sentirá as vibrações da Divina
Harmonia.
Há uma só presença aqui:  é a
do Amor. Deus é Amor, que envolve
todos os seres num só sentimento de unidade.
Este recinto está cheio da presença do Amor.
No Amor eu vivo, movo-me e existo. Quem
quer que aqui entre sentirá a pura e
Santa Presença do Amor.
Há uma só presença
aqui: é a da VERDADE. Tudo o
que aqui existe, tudo o que aqui se
pensa, tudo o que aqui se fala
é a expressão da VERDADE  
Quem quer que aqui entre
 sentirá a Presença
da VERDADE.
Há uma só presença aqui:
a da JUSTIÇA. A JUSTIÇA reina
neste recinto. Todos os atos aqui praticados
são regidos e inspirados pela JUSTIÇA.
Quem quer que aqui entre, sentirá
a Presença da JUSTIÇA.
Há uma só presença
aqui: é a presença de DEUS,
o BEM. Nenhum mal pode entrar
aqui. Não há mal em DEUS.
DEUS, o BEM, reside aqui. Quem
quer que aqui entre, sentirá a
Presença Divina do
BEM.
Há uma só presença aqui:
é a presença de DEUS, a VIDA.
DEUS é a VIDA essencial de todos os
seres. É a saúde do corpo e da mente.
Quem quer que aqui entre, sentirá a
Divina Presença da VIDA e
da SAÚDE.
Há uma só presença
aqui: é a presença de DEUS,
a PROSPERIDADE. DEUS é
PROSPERIDADE, pois Ele
faz tudo crescer e
prosperar.
Deus se expressa
na Prosperidade de tudo o
que aqui é empreendido em
Seu Nome. Quem quer que aqui
entre, sentirá a Divina Presença
da PROSPERIDADE e da
ABUNDÂNCIA.
Pela CENTELHA DIVINA em meu coração,
estou em vibração
harmoniosa com as Correntes
Universais da Sabedoria, do
Poder e da Alegria.
A presença da DIVINA
SABEDORIA manifesta-se
aqui, nos atos e expressões de
todos que aqui entram.
A presença do PODER DIVINO
manifesta-se aqui. A presença
da ALEGRIA DIVINA é profundamente
sentida por
todos os que aqui
entram.
Na mais perfeita
COMUNHÃO entre meu eu
inferior e meu Eu Superior, que
é DEUS EM MIM, consagro este
recinto, este ambiente à perfeita expressão de todas
as qualidades Divinas que
há em mim e em todos
os seres.
As vibrações dos meus
PENSAMENTO são forças
de DEUS EM MIM, que aqui
ficam armazenadas e daqui se
irradiam para todos os seres,
constituindo este recinto num
centro de emissão e recepção
de tudo o que é BOM, ALEGRE
e PRÓSPERO.
ORAÇÃO:
Agradeço-Te ó
DEUS, porque este
recinto está repleto de
Tua presença.
Agradeço-TE,
porque vivo e me
movo em TI.
Agradeço-TE,
porque todos os que aqui
entram sentem a
TUA Presença.
Agradeço-TE, porque
estou em Harmonia, Amor,
Verdade e Justiça com
todos os seres.
Que assim seja, assim é e assim será...
 Amém!

 FONTE - ESPIRITBOOK