Considerando o regime comum e generalizado de sofrimento sob o qual vive
o homem, somos levados a concluir, num primeiro impulso, que a vida é isso que
vemos; que essa é a sua condição normal; que além dela somente existe Deus e a
sua misericórdia.
Mas tal concepção é um erro por que a verdadeira vida do espírito é alegria e
não trsiteza, esplendores de luz e não sombras, bem aventurança e não amargura.
Realmente é da misericórdia de Deus que recebemos nosso quinhão de felicidade,
mas essa felicidade é a condição mormal do espírito em quase a totalidade de
sua trajetória e não uma exceção, feita a uns e outros, em dados casos.
Se, duma parte, compreendemos que este estado de coisas atual, e todo o passado que o antecedeu, resulta de ferrenha imperfeição moral do espírito – que vem das trevas do pecado para as claridades da libertação -; e que Deus se utiliza do látego da dor para arrancar as almas de sua inércia primitiva e revelá-las como criações divinas votadas ao bem e destinadas à luz; se, por isso mesmo, chegamos à compreensão de que o sofrimento é, portanto, um bem, nem por isso todavia nos devemos votar à sua mística, entronizá-lo em nossos corações, amá-lo passivamente, como muitos recomendam mas, ao contrário; reagir com todas as forças para afastá-lo de nossos caminhos, vizando dias e condições melhores.
Porque além destas barreiras escuras, que nos fecham os horizontes atuais, brilham estrelas e sóis, iluminando mundos acolhedores e benévolos.
Se examinarmos as religiões e as filosofias que o homem criou ou adotou desde quando adquiriu a faculdade da razão, veremos que apontam sempre céus radiosos à visão entenebrecida e à esperança sempre viva das multidões padecentes.
E o próprio Cristo, síntese de luz e divindade, se é certo que moveu seus passos através de sombras e dores, ensinando e exemplificando a humildade e a renúncia, como escudos aos males invitáveis, todavia, também nos advertiu que seu reino ainda não era deste mundo e que receberia-mos a compensação de todo o esforço dispendido no caminho das provas.
O espetáculo deste mundo em verdade não é nada animaor, nem o foi nunca; e isso deu margem a que pensadores autorizados criassem escolas e doutrinas pessimistas; não compreenderam que isso resultava da obstinação humana em mudar de rumo e também deste outro, mais fundamental, de estarem encarando uma visão isolada, puramente humana, local e não universal, considerando o homem de um só ponto de sua tragetória e não projetado em todo panorama evolutivo.
Por isso essas escolas devem ser desprezadas, não propriamente por erroneas mas por insuficientes.
O sofrimento é uma condição natural do ser humano nas primeiras etapas de sua jornada; mas fora desses limites é uma anormalidade, uma quase impossibilidade porque o homem eterno esse vive para a felicidade.
Por isso todos os instintos dormentes no seu coração; toda inspiração que lhe bafeja o pensamento; toda intuição que fulge rápida no seu íntimo, tudo brada por alegria, luz e paz.
Há no fundo do ser uma repulsa natural e instintiva pelas trevas, dores e amarguras, repulsa que é uma força ancestral ligada ao Cosmo e que impele sempre para coisas melhores.
Se a vida fosse somente isso que vemos melhor seria então que não houvessemos sido criados; mas felizmente as imperfeições, são estados transitórios e somente a luz e o bem são realidades definitivas.
Basta considerar que no universo a harmonia é lei soberana e suas manifestações são sempre de beleza e grandiosidade.
Apesar de ser este um mundo de provas para retardados, há sempre por toda a parte flores e paisagens, errebois e melodias, luzes e perfumes e somente os atos humanos destroem a transcendente harmonia, quebram a suavidade do ritmo, borram de negro a brancura da superfície.
O sol aquece a todos indistintamente; a terra sem repouso devolve ao homem centuplicadamente o fruto do seu trabalho; todo esforço justo produz resultados compensadores e o curso incessante das renovações apaga nas própias almas, com o tempo, os últimos resquícios da inferioridade.
O espetáculo da natureza, em comparação ao drama da vida humana, vale como uma amostra, uma antevisão dessas coisas melhores, dessa vida mais perfeita existente algures.
Paguemos, portanto, ao mal, nosso tributo inevitável, mas não nos deixemos engolir na sugestão errônea de sua universalidade.
Porque nosso mundo não é este.
Nossa vida não é esta.
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Se, duma parte, compreendemos que este estado de coisas atual, e todo o passado que o antecedeu, resulta de ferrenha imperfeição moral do espírito – que vem das trevas do pecado para as claridades da libertação -; e que Deus se utiliza do látego da dor para arrancar as almas de sua inércia primitiva e revelá-las como criações divinas votadas ao bem e destinadas à luz; se, por isso mesmo, chegamos à compreensão de que o sofrimento é, portanto, um bem, nem por isso todavia nos devemos votar à sua mística, entronizá-lo em nossos corações, amá-lo passivamente, como muitos recomendam mas, ao contrário; reagir com todas as forças para afastá-lo de nossos caminhos, vizando dias e condições melhores.
Porque além destas barreiras escuras, que nos fecham os horizontes atuais, brilham estrelas e sóis, iluminando mundos acolhedores e benévolos.
Se examinarmos as religiões e as filosofias que o homem criou ou adotou desde quando adquiriu a faculdade da razão, veremos que apontam sempre céus radiosos à visão entenebrecida e à esperança sempre viva das multidões padecentes.
E o próprio Cristo, síntese de luz e divindade, se é certo que moveu seus passos através de sombras e dores, ensinando e exemplificando a humildade e a renúncia, como escudos aos males invitáveis, todavia, também nos advertiu que seu reino ainda não era deste mundo e que receberia-mos a compensação de todo o esforço dispendido no caminho das provas.
O espetáculo deste mundo em verdade não é nada animaor, nem o foi nunca; e isso deu margem a que pensadores autorizados criassem escolas e doutrinas pessimistas; não compreenderam que isso resultava da obstinação humana em mudar de rumo e também deste outro, mais fundamental, de estarem encarando uma visão isolada, puramente humana, local e não universal, considerando o homem de um só ponto de sua tragetória e não projetado em todo panorama evolutivo.
Por isso essas escolas devem ser desprezadas, não propriamente por erroneas mas por insuficientes.
O sofrimento é uma condição natural do ser humano nas primeiras etapas de sua jornada; mas fora desses limites é uma anormalidade, uma quase impossibilidade porque o homem eterno esse vive para a felicidade.
Por isso todos os instintos dormentes no seu coração; toda inspiração que lhe bafeja o pensamento; toda intuição que fulge rápida no seu íntimo, tudo brada por alegria, luz e paz.
Há no fundo do ser uma repulsa natural e instintiva pelas trevas, dores e amarguras, repulsa que é uma força ancestral ligada ao Cosmo e que impele sempre para coisas melhores.
Se a vida fosse somente isso que vemos melhor seria então que não houvessemos sido criados; mas felizmente as imperfeições, são estados transitórios e somente a luz e o bem são realidades definitivas.
Basta considerar que no universo a harmonia é lei soberana e suas manifestações são sempre de beleza e grandiosidade.
Apesar de ser este um mundo de provas para retardados, há sempre por toda a parte flores e paisagens, errebois e melodias, luzes e perfumes e somente os atos humanos destroem a transcendente harmonia, quebram a suavidade do ritmo, borram de negro a brancura da superfície.
O sol aquece a todos indistintamente; a terra sem repouso devolve ao homem centuplicadamente o fruto do seu trabalho; todo esforço justo produz resultados compensadores e o curso incessante das renovações apaga nas própias almas, com o tempo, os últimos resquícios da inferioridade.
O espetáculo da natureza, em comparação ao drama da vida humana, vale como uma amostra, uma antevisão dessas coisas melhores, dessa vida mais perfeita existente algures.
Paguemos, portanto, ao mal, nosso tributo inevitável, mas não nos deixemos engolir na sugestão errônea de sua universalidade.
Porque nosso mundo não é este.
Nossa vida não é esta.
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O homem puxou sempre para traz, na sua indesculpável obstinação; atrazou
sempre a sua marcha – que podia ter sido bem mais rápida -; retardou a eclosão
de suas possibilidades de melhoria, seja se acomodando e perpetuando vícios de
sua natureza inferior, negligenciando seu expurgo, seja desprezando as
faculdades boas, que sempre se esforçaram por vir à tona de sua própria
consciência. Tapou os ouvidos às harmonias eternas; fechou o coração aos apelos
dos sentimentos puros e negou atenção às inspirações e intuições superiores que
lhe apontavam o verdadeiro caminho. Desta forma alimentou o sofrimento, endossou
sua cidadania, e assim permanece; mas as leis da evolução seguem seu curso e,
mais hoje masi amanhã, prevalecerão, fazendo sentir seu peso ao caminheiro
recalcitrante.
Ajudemos, pois, o destino no seu esforço benéfico e felizes serão aqueles que, desde já, se disponham a combater pela sua emancipação descendo resolutos e deliberados ao campo das lutas espirituais.
Ajudemos, pois, o destino no seu esforço benéfico e felizes serão aqueles que, desde já, se disponham a combater pela sua emancipação descendo resolutos e deliberados ao campo das lutas espirituais.
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Mas nesse campo só venceremos se formos idealistas e possuirmos energias
internas que mantenham sempre acesas as chamas do sacrifício; se nos
libertarmos do preconceito e da trama inescrincável das inferioridades, em que
nós próprios nos enredamos, desde que vivemos.
Rompendo com o mundo das formas e das convenções inibidoras faremos cessar nosso abastardamento, ganharemos liberdade e nos afirmaremos, como espíritos emancipados que escolheram e demarcaram por si mesmos seus caminhos.
É preciso coragem moral para fazer isso, mas esta virtude se conquista quando se dá o primeiro passo nesse sentido e quando se verifica que esse é o único meio de avançar com desembaraço, rapidez e segurança.
Ela nos vem também quando compreendemos que o fim da vida não é entronizar o homem pelo homem, exigir privilégios sem merecê-los e imaginar que a criação toda gira a seu redor, como cenário de sua grandeza; pensar que o fim da vida é o exercício e a expansão dos próprios sentimentos inferiores quando, ao contrário, deve ser sua extinção; não perceber, enfim, que seu motivo é glorificar a Deus, evoluindo na conquista gradativa de sentimentos cada vez mais puros e na prática de atos afins com as manifestações da prórpia divindade.
O homem, no seu miserável orgulho, tem Deus como um motivo de culto externo, à parte dele mesmo, e não como sua própria razão de ser e de existir; concorda com o império de Deus desde que, porém possa ele mesmo manter também seu próprio império.
Por isso a trama do que é humano o escraviza e o circulo vicioso se perpetua; por isso o sofrimento não se vai e domina soberano, como um senhor invencível no seu trono.
Mas quando a vítima resolver se libertar fa-lo-á sem a menor dúvida e se surpreenderá mesmo da rapidez do seu triunfo porque, nessa hora todas as forças vivas e benéficas da criação correrão em seu auxílio.
Para que o mal não triunfe sobre o bem, como nunca triunfou; para que o lutador se vença a si mesmo; para que o peregrino encontre afinal o Caminho, a Verdade a Vida.
Rompendo com o mundo das formas e das convenções inibidoras faremos cessar nosso abastardamento, ganharemos liberdade e nos afirmaremos, como espíritos emancipados que escolheram e demarcaram por si mesmos seus caminhos.
É preciso coragem moral para fazer isso, mas esta virtude se conquista quando se dá o primeiro passo nesse sentido e quando se verifica que esse é o único meio de avançar com desembaraço, rapidez e segurança.
Ela nos vem também quando compreendemos que o fim da vida não é entronizar o homem pelo homem, exigir privilégios sem merecê-los e imaginar que a criação toda gira a seu redor, como cenário de sua grandeza; pensar que o fim da vida é o exercício e a expansão dos próprios sentimentos inferiores quando, ao contrário, deve ser sua extinção; não perceber, enfim, que seu motivo é glorificar a Deus, evoluindo na conquista gradativa de sentimentos cada vez mais puros e na prática de atos afins com as manifestações da prórpia divindade.
O homem, no seu miserável orgulho, tem Deus como um motivo de culto externo, à parte dele mesmo, e não como sua própria razão de ser e de existir; concorda com o império de Deus desde que, porém possa ele mesmo manter também seu próprio império.
Por isso a trama do que é humano o escraviza e o circulo vicioso se perpetua; por isso o sofrimento não se vai e domina soberano, como um senhor invencível no seu trono.
Mas quando a vítima resolver se libertar fa-lo-á sem a menor dúvida e se surpreenderá mesmo da rapidez do seu triunfo porque, nessa hora todas as forças vivas e benéficas da criação correrão em seu auxílio.
Para que o mal não triunfe sobre o bem, como nunca triunfou; para que o lutador se vença a si mesmo; para que o peregrino encontre afinal o Caminho, a Verdade a Vida.
Edgard Armond
Fonte:
Cultura Espírita
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