Quando se cogita de ensino religioso para crianças,
admitem alguns que, em tenra idade, elas não entendem e que se estaria perdendo
precioso tempo com tais questões.
Contudo, amiúde, elas nos dão mostras de que trazem
na intimidade tais conceitos e que, quando se lhes fala das questões
espirituais, entendem e muito bem, desde que, naturalmente, se lhes fale com
simplicidade.
Determinado agente de saúde e professor, que
trabalhou com crianças portadoras do vírus HIV, narra uma experiência muito
curiosa.
Conta que um menino, de nome Tyler, nasceu
infectado com esse vírus causador da AIDS, transmitido por sua mãe. Desde o
início de sua vida dependeu de remédios para sobreviver.
Aos cinco anos, sofreu uma cirurgia para colocar um
cateter numa veia de seu tórax, a fim de que a medicação fosse inserida na
corrente sanguínea. O cateter se conectava a uma bomba que Tyler carregava numa
mochila nas suas costas.
Algumas vezes, ele precisava também de oxigênio
para ajudar na respiração. Mas nada disso o fazia abrir mão de um único minuto
de sua infância.
Mesmo com a mochila às costas e arrastando o tanque
de oxigênio em um carrinho, ele brincava e corria.
Todos se maravilhavam com sua alegria e com a
energia que essa alegria lhe dava.
A mãe de Tyler o adorava mas, frequentemente,
reclamava da agitação do filho. Dizia que ele era tão dinâmico que ela
precisava vesti-lo de vermelho para poder localizá-lo rapidamente, entre as
crianças que brincavam no pátio.
O tempo passou e a doença venceu o pequeno dínamo
que era Tyler. Ele e a mãe ficaram mal e foram hospitalizados.
Quando ficou claro que o fim de sua vida física se
aproximava, sua mãe conversou com ele sobre a morte. Ela o confortou, dizendo,
entre outras tantas coisas, que ele ficasse calmo, pois breve os dois estariam
juntos no céu.
Poucos dias antes de morrer, Tyler chamou o agente
de saúde que o auxiliava em suas dificuldades, no hospital, e lhe pediu, quase
em segredo:
Vou morrer logo, mas não estou com medo. Quando eu
morrer, por favor, me ponha uma roupa vermelha.
E depois de uma pausa e ante o espanto de quem o
ouvia, concluiu:
É que a mamãe prometeu me encontrar no céu. Como eu
tenho certeza que vou estar brincando quando ela chegar lá, quero ter certeza
de que ela poderá me achar.
Ele não somente tinha a certeza de que sobreviveria
à morte, como até fazia planos do que faria nessa vida abundante para a qual se
dirigia.
* * *
Recordar aos pequenos que reiniciam sua jornada
terrena a sua destinação gloriosa de seres imortais, é tarefa que não nos cabe
esquecer ou deixar para mais tarde.
Podemos prover apólices de seguro e herança de
muitos bens para os nossos filhos, mas, com certeza, o melhor legado que lhes
podemos deixar é o da certeza imortalista.
A transitoriedade da vida física será melhor
entendida e assim, a infância será aproveitada como o período róseo de
folguedos, a juventude como a fase dos grandes sonhos e a madureza como a fase
da concretização dos ideais acalentados. Tudo como um intenso preparo para a
vida verdadeira e imortal de além túmulo, o destino final.
Redação do Momento
Espírita, com base no texto Por favor, me ponham uma roupa vermelha, de
Cindy Dee Holnus, do livro Histórias para
aquecer o coração, v. 2, de Jack Canfield e Mark Victor Hansen, ed.
Sextante
FONTE - ESPIRITBOOK.
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